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Sem solução imediata à vista

(ms)18 de outubro de 2004

Os trabalhadores da Opel, em Bochum, continuam paralisados desde o anúncio do plano de cortes. A negociação entre o conselho de fábrica e a liderança da subsidiária alemã da GM não deve resultar em um acordo rápido.

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Esperando pela garantia do empregoFoto: AP

Os trabalhadores da linha de montagem da Opel em Bochum continuam de braços cruzados desde a última quinta-feira (14/10), quando a direção da General Motors anunciou um radical plano de cortes para as subsidiárias européias, em especial a alemã. A meta é cortar 12 mil postos de trabalho nos próximos dois anos, sendo 10 mil na Alemanha, pelo menos, 4 mil em Bochum.

Streik bei Opel
Trabalhadores de Bochum protestamFoto: AP

Durante todo o final de semana os funcionários estiveram reunidos no pátio da empresa. Eles exigem uma reunião com a direção da empresa e a garantia de que não ocorrerão demissões. A direção da linha de montagem de Bochum, por sua vez, não se dispôs ainda a conversar com os empregados, mas fez um apelo para que voltassem a exercer suas atividades. "A retomada do trabalho será produtiva para Bochum", constava em panfletos que foram distribuídos aos empregados.

"Nós levamos a sério o problema dos funcionários, podem apostar nisso. Queremos encontrar soluções que sejam justas. Não acreditamos, porém, que paralisações podem ajudar de alguma forma", declarou o presidente do conselho administrativo da Opel, Carl-Peter Forster, ainda na sexta-feira (15/10).

Prejuízo para todos

O protesto em Bochum gera para a empresa um prejuízo diário na ordem de milhões de euros. A situação pode se agravar ainda mais. Outras fábricas da Opel serão atingidas pela paralisação caso as atividades nesta linha de montagem não sejam retomadas imediatamente. É de lá que são fabricadas e fornecidas peças que garantem o funcionamento de outras subsidiárias da Opel na Europa.

A paralisação também atinge o bolso dos empregados. Como não se trata de uma greve oficial, eles perdem por dia entre 80 e 100 euros por se recusarem a retomar o trabalho.

O ministro da Economia, Wolfgang Clement, disse compreender a aflição dos empregados mas salientou que os protestos não são adequados no momento. Alheios aos apelos, os funcionários exigem de forma prioritária a garantia de seus postos de trabalho.

Início das negociações

O conselho geral de funcionários das fábricas de Bochum, Rüsselsheim e Kaiserslautern reúne-se pela primeira vez nesta segunda-feira (18/10) com a direção da Opel para discutir a crise e tentar chegar a um consenso. O objetivo inicial é abrir caminho para o diálogo.

Streik bei Opel in Bochum
Trabalhador da OpelFoto: AP

Um acordo, entretanto, não deve ser imediato. "O assunto é muito complexo", avaliou o presidente dos conselhos de fábrica, Klaus Franz. Por um lado, os funcionários não aceitam demissões e fechamento de fábricas. Por outro, a subsidiária da General Motors afirma que só poderá sobreviver se implementar um programa radical de reestruturação que inclua redução de gastos.

Choro, mágoa e protesto

"Nos sentimos ludibriados", desabafou um funcionário da Opel em Bochum, "viemos para cá com lágrima nos olhos. Este é o clima por aqui. Tudo porque não podemos mais confiar nesta diretoria."

Na terça-feira (19/10), será realizado um dia de protesto envolvendo os funcionários das subsidiárias da General Motors na Europa. A partir das 11 horas da manhã todos irão paralisar suas atividades por cerca de uma hora em sinal de repúdio ao plano de cortes da GM.

Na Alemanha, os empregados das fábricas de Bochum e Rüsselsheim farão também passeata pelas duas cidades. De acordo com os sindicatos da categoria, o dia de protesto deve reunir 10 mil pessoas em Bochum e 15 mil em Rüsselsheim.