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Semana Anti-Racismo

(av)17 de março de 2007

Leituras, palestras, filmes, debates, encenações teatrais e projetos em museus, de Bonn a Berlim e de Rostock a Munique. Os organizadores querem evitar que xenofobia e discriminação voltem a se tornar dia-a-dia no país.

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Cartaz da Semana

Com numerosos eventos e manifestações inicia-se neste sábado (17/03) na Alemanha a Semana Internacional contra o Racismo. A iniciativa contra a xenofobia e discriminação social é promovida pela associação Gesicht Zeigen (Mostrar a Cara) e pelo Conselho Intercultural.

DFB untersucht Rassismus-Vorwürfe gegen deutsche U-21-Spieler
DFB tem contribuído nos estádios para combate ao racismoFoto: picture-alliance/ dpa

Até o dia 25 de março estão programadas quase 500 ações, em todo o país, incluindo leituras, palestras, filmes, debates, encenações teatrais e projetos em museus. Com eventos de Bonn a Berlim e de Rostock a Munique os iniciadores pretendem se manifestar a favor de um sociedade cosmopolita e tolerante.

Participam da série escolas, empresas, clubes esportivos e sindicatos. A Federação Alemã de Futebol (DFB) também deseja apoiar a semana anti-racismo, com anúncios através de alto-falantes nos estádios.

Motivos para "mostrar a cara"

A associação Gesicht Zeigen enumera alguns dos motivos por que se deve "mostrar a cara":

Ermyas Mulugeta sagt aus
Ermyas Mulugeta (e., ao lado da esposa Steffi), vítima de ataque xenófobo em Potsdam, 2006Foto: AP

"Porque não quero que a mentalidade racista se torne novamente dia-a-dia na Alemanha. Porque só não sou estrangeiro na Alemanha. Para que esse país finalmente entenda que alemães também podem ser negros. Porque adoro salsa, döner e sushi."

"Porque ignorância e xenofobia na sociedade me deixam furioso/a. Porque desenvolvimento se dá no contato entre as culturas. Porque não suporto ver meus amigos serem ofendidos. Porque mostrar a cara faz muito mais sentido do que olhar para o lado. Por que vivemos num país de imigrantes. Porque se tolera demais, tacitamente. Para que amanhã eu possa me olhar no espelho!"

"Os judeus são a nossa desgraça"

Um dos eventos previstos é o debate, no dia 22 de março, em Berlim, sobre a eventual mudança do nome da rua Treitschkestrasse. Cultuado pelos neonazistas, o historiador nacionalista-liberal Heinrich von Treitschke foi responsável, no século 19, por tornar o anti-semitismo "assunto de salão" para a burguesia alemã.

A proposta, que já conta alguns anos, de mudar o nome, que a rua do bairro berlinense de Steglitz-Zehlendorf traz desde 1906, desencadeou recente polêmica, não só entre os extremos do espectro político alemão, como dentro da própria coalizão de governo. No início de março, o Partido Social Democrata (SPD) acusou de anti-semitismo a União Democrata Cristã (CDU), que respondeu com uma queixa-crime.

Uma das frases famosas de Von Treitschke, citada com freqüência pela extrema direita alemã é: "Os judeus são a nossa desgraça".