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Senadores decidem se Dilma deve virar ré

Jean-Philip Struck9 de agosto de 2016

Penúltima fase do processo de impeachment é iniciada, e aliados de Temer apostam em nova derrota da petista.

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Brasilien Brasilia Dilma Rousseff
Foto: Reuters/U. Marcelino

O Senado começou a analisar na manha desta terça-feira (09/08) a chamada pronúncia da presidente Dilma Rousseff, a penúltima fase do processo de impeachment.

Nas próximas horas, os senadores devem votar o relatório de Antônio Anastasia (PSDB-MG), que apontou na semana passada que existem provas suficientes de que Dilma cometeu crime de responsabilidade na gestão das contas públicas. Caso ele seja aprovado, ela se tornará oficialmente ré.

Senadores do círculo do presidente interino Michel Temer estão confiantes de que o relatório será aprovado em plenário. Para passar, são necessários 41 votos. Aliados de Temer afirmam que mais de 50 senadores devem votar pela aprovação. Portanto, a apreciação do relatório deve servir como termômetro para indicar a forca dos aliados de Temer ou de Dilma no julgamento final, que deve ocorrer no fim do mês. Para que Dilma seja afastada definitivamente, são necessários 54 votos. Em maio, ela já havia sido afastada temporariamente por 55 votos.

A expectativa no círculo de Dilma é que a petista amargue mais uma derrota na votação da pronúncia.

Assessores da presidente afastada informaram que ela deve aproveitar a ocasião para publicar uma carta aberta ao povo brasileiro, mais uma vez anunciando que se compromete a apoiar a realização de eleições antecipadas, caso consiga voltar à Presidência.

A sessão desta terça-feira já começou a ser presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandovski, como está previsto na Constituição. Já depois de iniciada a sessão, Lewandovski negou vários pedidos de aliados de Dilma que pretendiam protelar ou suspender a votacao. Um desses pedidos alegava que o presidente interino Michel Temer (PMDB) não poderia ser oficializado como presidente porque isso o blindaria de acusações relacionadas a supostas irregularidades que ele cometeu como vice-presidente.

Ao recusar os pedidos, Lewandovski argumentou que os argumentos dos aliados de Dilma eram estranhos ao processo de impedimento de Rousseff e, portanto, não poderiam ser levados em conta para uma eventual suspensão da votação.

A sessão começou com atraso de cerca de 40 minutos. O primeiro a falar foi o senador Anastasia, que voltou a defender que Dilma se torne ré pelo crime de responsabilidade fiscal. A expectativa é que a sessão se estenda por mais de 20 horas, mas vários parlamentares estão negociando formas de abreviar esse prazo. Mais de 50 senadores se inscreveram para discursar – cada um tem direito a dez minutos de fala. Somente ao fim dos discursos é que a votação deve começar.