1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Sete perguntas e respostas sobre a poliomielite

Gudrun Heise (af)28 de outubro de 2015

A OMS acaba de retirar a Nigéria da lista de países com epidemia de pólio. Agora, restam apenas Afeganistão e Paquistão. Saiba mais sobre a transmissão, sintomas e tratamento da doença que também já alarmou o Brasil.

https://p.dw.com/p/1Gw6e
Afghanistan Polio Impfung
Foto: Reuters

Poliomielite ou paralisia infantil?

A pólio ou poliomielite não afeta apenas crianças, embora seu nome popular, paralisia infantil, possa sugerir isso. Essa designação remonta ao fato de que, até os anos 1960, houve um surto de poliomielite generalizado no mundo, e muitos eram infectados ainda crianças alguns antes dos cinco anos de idade. Em 1962, a Alemanha lançou a ação "Schluckimpfung ist süß – Kinderlähmung ist grausam", algo como "Vacina oral é legal – A pólio é cruel". Desde então, as crianças são amplamente vacinadas no país. No Brasil, as primeiras campanhas de vacinação surgiram em 1961 e, dez anos depois, foi implementado o Plano Nacional de Controle da Poliomielite.

Como a pólio é transmitida?

A doença é transmitida pelo poliovírus, e o contagio acontece, geralmente, pelo contato fecal-oral. O vírus excretado nas fezes entra no organismo pela boca – por meio de mãos, alimentos ou água contaminados. Ele chega ao trato gastrointestinal, vai para os vasos sanguíneos e, eventualmente, para as células nervosas. Mesmo uma pequena gota de saliva, excretada através da boca ou nariz, pode transmitir a poliomielite. Por isso, a doença é altamente contagiosa.

Quais são os sintomas?

Os primeiros sintomas são febre, náuseas e dor de cabeça. Na poliomielite abortiva, as células do sistema nervoso central não são afetadas. Já a poliomielite paralítica pode levar a pessoa à paralisia em dois a três dias. Essa forma da doença ocorre principalmente em crianças e, muitas vezes, em paralelo: perna esquerda/braço direito e perna direita/braço esquerdo. Por volta de 95% das pessoas infectadas com o vírus da poliomielite não apresentam sintomas. Elas carregam o vírus no corpo, mas não sentem nada e produzem anticorpos, ficando imunes à doença.

E as consequências?

Às vezes, a paralisia pode desaparecer dentro de um ano. Nos casos mais graves, no entanto, ela pode perdurar e os danos serem irreversíveis. Os ossos ficam deformados, o que prejudica o crescimento das crianças, e o paciente sente muita dor muscular, chegando a casos de atrofia dos músculos. Pode haver também dificuldade para respirar e engolir.

Como é o tratamento?

Em meados do século passado, as pessoas com poliomielite que sofriam problemas respiratórios eram colocadas no chamado "pulmão de aço". Foi o primeiro equipamento clínico a fornecer uma respiração artificial ao paciente. Até hoje, não existe um remédio para tratar a pólio, e a única forma de proteção confiável é a vacinação.

Quais são os países afetados?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha estabelecido a meta de erradicar a poliomielite em todo o mundo até 2018. A doença infecciosa caba de ser erradicada na Nigéria, mas ainda está presente no Afeganistão e no Paquistão. Nos dois países, não há vacinação extensiva, e o vírus consegue se espalhar com mais facilidade. A pólio é considerada erradicada em todo o continente americano – incluindo no Brasil – desde 1994 e, desde 2000, na região ocidental do Pacífico. A OMS declarou a Europa livre da pólio em junho de 2002.

O que é a síndrome pós-pólio?

Muitos que sofreram com a poliomielite quando crianças passam anos sem nenhuma queixa. Mas a doença pode voltar na forma da síndrome pós-pólio. Só na Alemanha, aproximadamente 70 mil pessoas são afetadas. Elas desenvolvem, após cerca de 40 anos, os sintomas típicos da doença, como a paralisia.