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Sistema antimísseis Cúpula de Ferro é motivo de orgulho para israelenses

22 de novembro de 2012

Israel conta com cinco unidades e precisa de mais oito para uma proteção abrangente contra mísseis. A Cúpula de Ferro é a principal responsável pelo baixo número de vítimas israelenses no recente conflito com o Hamas.

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Foto: Getty Images/AFP

Quatro minutos de Iron Dome: este era o título do documentário transmitido na noite desta segunda-feira (19/11), sem maiores comentários, pelo canal 2 da TV israelense. As imagens mostravam moradores da cidade de Ashdod, sentados entre dunas de areia e caminhos arenosos, e apontando seus smartphones para o céu. Um homem de óculos de sol grita para a câmera: "É incrível, mesmo. Vou chamar os meus filhos para eles verem como o sistema é seguro."

Minutos antes, o alarme soara: disparado na Faixa de Gaza, um míssil palestino se aproximava da cidade portuária israelense. No entanto, antes que pudesse causar qualquer dano, foi destruído pelo Iron Dome (Cúpula de Ferro), o equipamento de defesa estacionado perto de Ashdod, sem que sequer se escutasse uma explosão.

Entusiasmo da população

O entusiasmo da maior parte dos israelenses com a Cúpula de Ferro é grande, principalmente porque ela mostrou sua serventia durante o recente conflito entre o país e o grupo radical palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza. Na internet, eles louvam a eficácia das instalações antimíssil, pois é sobretudo graças a elas que o número de vítimas israelenses foi tão baixo.

O sistema é capaz de interceptar e destruir mísseis direcionados contra zonas habitadas. Até o momento, cinco dessas unidades estão em funcionamento – quatro no sul e, desde o último sábado, uma num subúrbio de Tel Aviv, onde também virou atração popular.

A responsabilidade pelo desenvolvimento do Iron Dome coube a firmas nacionais, sobretudo à Rafael Defense Systems, que começou com o projeto em 2007, segundo informações oficiais.

Transportável

A primeira prova de fogo para o sistema foi em abril de 2011. No primeiro semestre deste ano foram ativadas mais três instalações. Na época o Hamas vinha bombardeando violentamente o sul, durante toda uma semana.

Cada unidade é composta por três rampas de lançamento, um radar e um software de disparo. Se um míssil é lançado, o radar reconhece de que tipo ele é e se ele se dirige a território habitado, comunicando essas informações à unidade de disparo, a qual lança um míssil de defesa. Assim, o projétil inimigo é destruído no ar, como mostram repetidamente os vídeos das Forças Armadas israelenses.

A Cúpula de Ferro apresenta, ainda, a vantagem estratégica de ser facilmente transportável e apta a ser montada e desmontada em curto espaço de tempo. Segundo o Ministério israelense da Defesa, a cota de sucesso fica em torno de 90%: ela é utilizável mesmo em condições de chuva ou neblina e pode lançar os mísseis a distâncias entre 4 e 70 quilômetros.

Sistema antimísseis já custou equivalente a 780 milhões de euros
Sistema antimísseis já custou equivalente a 780 milhões de eurosFoto: Reuters

Proteção abrangente

Amir Perez, ministro da Defesa de Israel entre maio de 2006 e junho de 2007, contribuiu decisivamente para que o sistema fosse desenvolvido. Hoje deputado do Partido Trabalhista, o político de 60 anos vive na cidade de Sderot, situada não muito longe da Faixa de Gaza e alvo frequente dos mísseis palestinos.

Na época, Perez teve que enfrentar resistência por parte dos especialistas do Exército, que argumentavam contra os altos custos do projeto. Somente graças ao generoso apoio dos Estados Unidos, Israel dispõe, hoje, de cinco dessas unidades de defesa.

Segundo a imprensa nacional, cada uma delas custa cerca de 39 milhões de euros, somados os custos dos mísseis disparados a cada operação. Consta que, até o momento, Israel investiu o equivalente a 780 milhões de euros no projeto Iron Dome.

As Forças Armadas estão convencidas do sucesso do sistema. Para uma proteção abrangente do país, seriam necessárias pelo menos 13 unidades. Como anunciou esta semana, o ministro da Defesa, Ehud Barak, espera que isso seja possível dentro de três anos, dependendo da situação financeira do país.

Autoria: Ulrike Schleicher (av)
Revisão: Alexandre Schossler