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Sob pressão, EI intensifica ataques no Iraque

3 de julho de 2016

Atentado em Bagdá com mais de 100 mortos é o pior dos reivindicados pelo "Estado Islâmico" no último ano no país, onde grupo extremista vem perdendo território. EUA reiteram apoio a forças iraquianas.

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Destruição após ataque a região de Al Karrada, em Bagdá
Destruição após ataque a região de Al Karrada, em BagdáFoto: Reuters/Khalid al Mousily

Um ataque a bomba numa área comercial de Bagdá deixou cerca de 120 mortos na madrugada deste domingo (03/07), sinalizando que o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) ainda é capaz de atingir a capital iraquiana, apesar de uma série de perdas sofridas em batalhas no país.

O ataque – perpetrado em Al Karrada, região de Bagdá predominantemente xiita – foi o mais mortal dos reivindicado pelo EI desde julho do ano passado, quando um caminhão-bomba causou a morte de ao menos 115 pessoas na província de Diyala.

O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do atentado deste domingo num comunicado divulgado na internet, afirmando que o alvo foram xiitas, classificados de hereges pelos extremistas.

Um suicida detonou os explosivos quando passava de carro no meio de uma multidão reunida perto da sorveteria mais popular e antiga da capital iraquiana. As pessoas se aglomeravam para fazer compras na véspera do final do mês sagrado muçulmano do Ramadã. Segundo autoridades, 11 pessoas estão desaparecidas, e 187 ficaram feridas.

Um segundo ataque na capital iraquiana neste domingo, num mercado popular na região de Al Shaab, também de maioria xiita, deixou cinco mortos e 16 feridos. Nenhum grupo reivindicou o atentado.

Perda de território

Entre os ataques reivindicados pelo "Estado Islâmico" no Iraque neste ano estão uma série de atentados a bomba em Bagdá no último dia 11 de maio, que deixaram mais de 90 mortos, e outro em um mercado do distrito de Sadr City, também na capital, que deixou 28 mortos e 62 feridos em 28 de fevereiro.

A onda de violência parece ser uma resposta do grupo extremista às perdas territoriais sofridas no país nos últimos meses. Com o apoio dos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, as forças iraquianas vêm garantindo uma série de vitórias contra o EI desde o ano passado. O governo recuperou das mãos dos extremistas as cidades de Tikrit, Ramadi e Fallujah, declarada livre do grupo na semana passada.

No entanto, o grupo vem conseguindo realizar ações de larga escala em território fora da linha de frente. As autoridades iraquianas haviam ligado a operação para retomar Fallujah a uma melhora da segurança em Bagdá, citando o grande número de fábricas de explosivos na cidade a uma hora da capital.

No entanto, detectores de bomba desacreditados e forças de segurança fragmentadas não têm conseguido proteger Bagdá. Muitos iraquianos culpam os líderes políticos pela violência.

Após o ataque deste domingo, o primeiro-ministro Haider al-Abadi ordenou mudanças nas medidas de segurança na capital, incluindo o abandono do uso dos detectores de bomba não funcionais.

EUA e ONU reagem

Os EUA condenaram "energicamente" os ataques terroristas "atrozes" ocorridos em Bagdá neste domingo. "Seguimos unidos com o povo e o governo iraquianos em nossos esforços combinados para destruir o EI", afirmou Ned Price, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Price ressaltou que tais ataques somente fortalecem a determinação dos EUA de "apoiar as forças de segurança iraquianas à medida que continuam recuperando território dos jihadistas".

John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado americano, afirmou que os EUA continuarão lutando contra o jihadismo radical, "para eliminar seus refúgios na Síria e no Iraque e desfazer suas redes globais".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também condenou o atentado que deixou cerca de 120 mortos em Bagdá, apelando para que o povo iraquiano "rechace qualquer tentativa de aumentar o medo e minar a unidade do país".

LPF/efe/dpa/ap/afp/rtr