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UE convoca reunião extraordinária sobre migração

20 de junho de 2018

Comissão Europeia anuncia encontro entre "interessados em solução europeia". Questão dos refugiados vem provocando crises no bloco, ameaçando coalizão de governo alemã e gerando troca de farpas entre Itália e França.

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Bandeira da UE
Representantes de Alemanha, França, Áustria, Grécia, Itália, Espanha e Bulgária devem participar de encontroFoto: picture-alliance/dpa/H. Ossinger

Em meio a uma série de disputas no continente envolvendo a questão migratória, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, convocou nesta quarta-feira (20/06) uma reunião extraordinária com líderes de Estados-membros da União Europeia "interessados em encontrar uma solução europeia" para o problema.

O encontro, agendado para domingo, em Bruxelas, deve tratar da questão da imigração antes da próxima cúpula europeia, nos dias 28 e 29 de junho. Segundo círculos internos da União Europeia (UE), deverão fazer parte do encontro representantes de Alemanha, França, Áustria, Grécia, Itália, Espanha e Bulgária.

"Convoquei uma reunião informal de trabalho sobre assuntos de migração e refúgio no domingo para trabalhar com um grupo de chefes de Estado e de governo dos Estados-membros interessados em encontrar soluções europeias antes do próximo Conselho Europeu", informou Juncker no Twitter.

A UE vem discutindo há tempos uma reformulação de seu sistema migratório, para superar os problemas surgidos pela entrada de mais de 1,5 milhão de migrantes e requerentes de refúgio no bloco desde 2015.

A questão migratória tem provocado severa disputai interna no governo da Alemanha, depois que a União Social Cristã (CSU) – partido irmão da União Democrata Cristã, da chanceler federal Angela Merkel – propôs a rejeição na fronteira dos migrantes que já tenham sido registrados em outros países europeus.

A chanceler rejeita a ideia, argumentando que o problema necessita de uma solução europeia e de acordos bilaterais com parceiros europeus. O líder da CSU e ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, aceitou esperar até a próxima cúpula da UE para que a chanceler decida sobre a questão, ameaçando implementar controles de fronteira, apesar da oposição da chefe de governo.

Enquanto isso, o novo governo populista em Roma faz pressão sobre Estados da UE para que haja uma melhor distribuição dos migrantes e um fortalecimento das fronteiras externas do bloco, argumentando que a Itália já recebeu quase 700 mil migrantes desde 2013.

A questão migratória provocou recentemente uma troca de farpas entre Itália e França, após Roma ter se recusado acolher uma embarcação com mais de 600 migrantes que haviam sido resgatados no Mediterrâneo.

A Itália convocou o embaixador francês em Roma para dar explicações, depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, acusar o novo governo italiano de agir de modo "cínico e irresponsável" ao impedir que o navio de resgate Aquarius atracasse nos portos italianos. Os refugiados foram acolhidos pela Espanha, após oferta do novo governo socialista do país.

O governo da França confirmou a presença de Macron na reunião em Bruxelas no domingo. No sábado, o chefe de Estado francês receberá o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, para abordar o desafio da imigração.

Macron já tratou do assunto com Merkel na segunda-feira, e ambos defenderam uma proposta conjunta para enfrentar a crise migratória que inclui reforçar as fronteiras exteriores da UE e fazer com que os migrantes possam pedir refúgio somente no Estado europeu pelo qual entraram no continente. O objetivo seria impedir a denominada "migração secundária" entre países do bloco, na busca do lugar mais conveniente para pedir proteção legal.

Segundo uma minuta das conclusões que o Conselho Europeu espera aprovar na cúpula dos dias 28 e 29 de junho, a UE planeja criar fora do território comunitário centros ou "plataformas regionais de desembarque" para classificar os imigrantes que chegam à Europa, se são de caráter econômico ou se têm direito a refúgio.

MD/efe/rtr/epd

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