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Social-democratas e verdes à mesa de negociação

(sv)25 de setembro de 2002

Vencedores por um fio nas urnas, social-democratas e verdes sentam-se para definir a coalizão que continua. Oposição preconiza fracasso do novo governo em função da estreita maioria.

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Um sorridente Schröder na manhã desta segunda-feiraFoto: AP

A capacidade dos parceiros de coalizão Partido Social Democrático (SPD) e Partido Verde vai ser colocada à prova nos próximos quatro anos de governo. Enquanto a oposição democrata-cristã preconiza o fracasso total de uma coalizão baseada em maioria tão estreita, os líderes dos partidos vencedores começam a discutir o teor de um programa de governo que não tem tarefas fáceis pela frente.

Alto desemprego, baixo crescimento econômico, um déficit orçamentário – que pode brevemente custar à Alemanha uma "carta azul" de advertência da UE, um sistema social que precisa ser enxugado com urgência e consideráveis turbulências na política externa são apenas alguns dos tópicos na pauta dos novos (velhos) parceiros.

Trabalho imediato –

"Não vamos nos dar ao luxo de nenhuma pausa", anunciou o chanceler eleito Gerhard Schröder nesta segunda-feira (23), pouco antes do início de uma reunião com as lideranças do SPD. Na sede do partido em Berlim, Schröder e Joschka Fischer, o ministro verde do Exterior, acentuaram o propósito de continuar a coalizão. Segundo Fischer, a boa cooperação dos últimos quatro anos deverá ser levada adiante "seguindo os interesses da nação".

Fritz Kuhn, presidente dos Verdes, afirmou que os detalhes da nova coalizão deverão ser definidos no mais tardar até a data da convenção do partido, em meados de outubro próximo. Ressaca curada de um noite tensa, Schröder e Fischer dão início à discussão de um programa de governo não isento de arestas. "Questões relativas à globalização devem desempenhar um papel tão importante quanto as questões européias", anuncia Kuhn.

Democratas-cristãos –

Além de divergências entre parceiros, a estreita maioria conseguida no Bundestag não vai provavelmente permitir ao novo governo ignorar as vontades da CDU/CSU que, mal ou bem, saiu das eleições como o segundo partido mais bem votado do país, com 248 parlamentares.

O candidato da CDU/CSU, Edmund Stoiber, prevê o breve e total fracasso da coalizão entre social-democratas e verdes, em função de tão estreita maioria parlamentar. Além disso, Stoiber acredita que os dois partidos encontram-se isolados internacionalmente, em função das intempéries que dominam as relações entre Berlim e Washington, desde a iminência de uma guerra dos EUA contra o Iraque.

Às portas da oposição –

Fadado ao fracasso ou não, fato é que a coalizão de governo terá que bater às portas da oposição, se quiser ter suas resoluções aprovadas por um parlamento dividido. Schröder vai ser provavelmente obrigado a trazer os democrata-cristãos para ajudar a remar o barco, se quiser governar. Isso, obviamente, só vai acontecer se forem feitas concessões às vontades do partido de oposição, mesmo que parcialmente. Situação que não deixa de ser uma pedra no sapato do premiê alemão, principalmente após a acirrada luta do último domingo.

Divisão de cargos –

A divisão do bolo está mais ou menos clara. Em função dos bons resultados nas urnas, é possível que os Verdes recebam um novo ministério, além dos três que já têm: Exterior (Joschka Fischer), Agricultura e Defesa do Consumidor (Renate Künast) e Meio Ambiente (Jürgen Trittin).

Entre os social-democratas, a única certeza é a saída definitiva da ministra da Justiça, Hertha Däubler-Gmelin. Ela foi a responsável por mais um estremecimento nas relações entre os governos dos EUA e da Alemanha, ao comparar na última semana métodos usados pelo presidente George W. Bush com os utilizados por Hitler.