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Candidata socialista

(gh)17 de novembro de 2006

Ségolène Royal vence prévia inédita para concorrer à sucessão de Jacques Chirac. Criticada por populismo, ela poderá ser a primeira mulher a ocupar a presidência francesa. Sarkozy é cotado como provável adversário.

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Ségolène Royal: cercada por jornalistas antes da votação interna do partidoFoto: ap

A ex-ministra da Educação, Família e do Meio Ambiente Ségolène Royal, de 53 anos, venceu a primeira prévia da história do Partido Socialista (PS), na noite desta quinta-feira (16/11), e vai disputar as eleições presidenciais da França em 2007.

A popular governadora da região de Poitou-Charentes obteve mais de 60% dos votos na disputa interna do PS, derrotando o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius (27%) e o ex-ministro da Economia e das Finanças Dominique Strauss-Kahn (11%).

Mais de 82% dos 200 mil filiados votaram na prévia, uma participação considerada "histórica" pela direção do partido. "Que eu tenha sido eleita desta forma é algo extraordinário. A França vai escrever uma nova página de sua história", afirmou Royal, mãe dos quatro filhos do líder do Partido Socialista, François Hollande.

Promessas de campanha

Unruhen im Raum Paris
Protestos de filhos de imigrantes assustou a França em 2005Foto: AP

A prévia inédita do PS foi antecedida por uma campanha acirrada, que incluiu três debates na televisão e vários comícios. Em menos de um ano, Royal conseguiu costurar uma ampla rede de apoio e marcar pontos sobretudo junto aos jovens membros do partido.

Filha de um coronel do Exército, ela se apresentou como "mulher atenta às preocupações de toda a população" e que valoriza a disciplina. Prometeu punir severamente jovens delinqüentes, reformar a jornada de trabalho de 35 horas e cobrar mais a presença dos professores nas escolas. Entre 20 mil e 30 mil professores são filiados ao PS.

Populista ou demagoga?

Para seus admiradores, Madame Royal entendeu a desilusão política dos franceses. Prometeu-lhes uma "democracia participativa", em que "comissões civis", compostas por cidadãos escolhidos aleatoriamente, controlariam o trabalho dos deputados, por exemplo.

Num antigo cartaz afixado nos corredores da sede do PS, lê-se que "a mulher é o futuro da Europa". Para os críticos, porém, as posições da candidata socialista oscilam entre o populismo e demagogia. A ala esquerda do PS fez campanha contra Royal, acusando-a de querer conduzir o partido para o centro do espectro político.

Até agora, Ségolène Royal evitou pronunciamentos sobre política externa, talvez para evitar escorregões. Quando disse que lutaria contra o uso civil da energia atômica pelo Irã, porque Teerã estaria violando o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, foi tachada de "incompetente" por seus rivais.

Sarkozy: provável adversário

Nicolas Sarkozy
Sarkozy, da UMP: linha duraFoto: AP

Não foi por acaso que Royal concentrou sua campanha à prévia em assuntos de política interna. Como seu provável adversário está sendo cotado o atual ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, da conservadora União por um Movimento Popular (UMP), atual partido governista.

Sarkozy ganhou popularidade com a linha dura adotada pelo governo em Paris para conter a onda de violência que sacudiu a França no final do ano passado. As pesquisas de opinião prevêem uma disputa voto a voto entre ele e Royal.

A UMP pretende definir seu candidato somente no início do ano que vem. Sarkozy ainda deverá travar uma batalha interna contra as candidaturas da ministra da Defesa, Michèle Alliot-Marie, e do primeiro-ministro Dominique de Villepin.

Além disso, a primeira-dama Bernadette Chirac insinuou que Jacques Chirac, de 73 anos, não descarta entrar mais uma vez na corrida. As pesquisas de opinião, no entanto, não lhe dão grandes chances de conquistar seu terceiro mandato.

O primeiro turno das eleições presidenciais francesas está marcado para 22 de abril de 2007. Um eventual segundo turno seria disputado em 6 de maio. Em 10 e 17 de junho do próximo ano, os eleitores franceses também elegerão um novo Parlamento.