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Sombras do Iraque sobre o G-7

lk21 de fevereiro de 2003

Temores de que a conjuntura econômica mundial continue indo por água abaixo, no caso de uma guerra contra o Iraque, marcam o encontro dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G-7 e Rússia.

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Na economia mundial, os sinais apontam para baixoFoto: Bilderbox

Os ministros das Finanças dos sete maiores países industrializados do mundo e da Rússia encontram-se nesta sexta-feira e sábado, em Paris, para debaterem sobre como apoiar a conjuntura mundial em caso de guerra. O encontro, do qual participam também os presidentes dos bancos centrais, é ao mesmo tempo a primeira aparição do novo secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, em cenário internacional.

A caminho de Paris, depois de passar por Londres, Snow adiantou que sua meta será convencer os colegas da G-7 da necessidade de impulsionar o crescimento econômico mundial.

Fantasma da recessão

Resta saber que propostas ele terá para apresentar numa fase em que a economia global se arrasta com o freio de mão ativado. Ainda nesta sexta-feira (21), o ministro da Economia e das Finanças da França, Francis Mer, anunciou em Paris que o governo vai precisar corrigir para baixo seus prognósticos de crescimento para este ano. A marca de 2,5%, prevista inicialmente, não poderá ser mantida; muitos economistas franceses não esperam agora mais do que 1,5%.

Na Alemanha, a indústria e o comércio vêem o país à beira de uma recessão. A própria Comissão Executiva da União Européia já não exclui que o Produto Interno Bruto (PIB) dos doze países que têm o euro como moeda comum retroceda no primeiro trimestre de 2003. Aliás, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Wim Duisenberg, admitiu em Bruxelas, no início desta semana, a possibilidade de ter de corrigir para baixo os prognósticos de crescimento da zona do euro. Ainda em dezembro, o BCE partiu de uma taxa de crescimento entre 1,1% e 2,,2% para esses países.

Cenários, sim, mas não planos prontos

O anfitrião do encontro, Francis Mer, deseja um "debate aberto" sobre os riscos que a situação de insegurança no mundo representa para a economia. Quando se chega a um consenso na análise, diz ele, fica mais fácil de agir em conjunto com rapidez e eficiência no "dia d".

Ninguém espera que os ministros tirem dos bolsos em Paris um plano de emergência pronto. Tanto Paris quanto Berlim já desfizeram especulações neste sentido. Mas eles certamente vão falar sobre cenários concretos do conflito no Iraque, só que não vão querer tornar públicas suas conjeturas. A Alemanha e a França, principalmente, resistem a discutir em público sobre as conseqüências de uma guerra que os dois países tentam impedir com todos os meios diplomáticos.

Seria de esperar que eles não se escondam demais por trás de seu silêncio. Em janeiro de 1991, pouco antes da primeira Guerra do Golfo, os ministros do G-7 não incluíram em sua declaração final nenhuma palavra sobre uma possível operação militar. Sabe-se o que veio depois da guerra: a recessão.