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Missão-surpresa

Agências (av)9 de janeiro de 2009

Após semanas de criticada "diplomacia telefônica", ministro alemão do Exterior visitará Egito e Israel. Resolução da ONU, sondagem prévia e cooperação com França foram precondições para viagem anunciada a curto prazo.

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Esforços da UE no Oriente Médio continuamFoto: AP/DW

Com uma inesperada viagem ao Oriente Médio, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, espera pressionar israelenses e palestinos no sentido de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Na noite desta sexta-feira (09/01), parte para o Egito.

Ele se reunirá no dia seguinte, na cidade balneária de Charm el Cheikh, com altos representantes do país – seu colega de pasta Ahmed Abul Gheit e o presidente Hosni Mubarak – e com o presidente palestino, Mahmud Abbas. Em seguida, Steinmeier seguirá para Tel Aviv, onde conversará com sua colega de pasta Zipi Livni e outros políticos israelenses.

Com a visita ao Egito, Steinmeier também busca honrar os constantes esforços deste país, tanto para uma conciliação entre os partidos conflitantes, como para a segurança de sua fronteira com a Faixa de Gaza. Trata-se da primeira visita do ministro à região, desde o início dos combates mais recentes entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas: até então ele se ativera à "diplomacia telefônica", fato criticado nos meios políticos alemães.

Recusa israelense

O anúncio da missão alemã veio apenas poucas horas após a aprovação da Resolução 1860 pelo Conselho de Segurança da ONU. Por 14 votos, de um total de 15, exige-se de Israel e do Hamas um cessar-fogo imediato e duradouro. Os Estados Unidos se abstiveram.

Steinmeier und Merkel
Steinmeier (e) e MerkelFoto: picture-alliance/ dpa

Segundo Steinmeier, o resultado reflete a coesão da comunidade internacional na questão. Assim como o armistício temporário da última quarta-feira, o texto é um primeiro passo. Contudo, ele apenas mostra o caminho "de como chegaremos ao cessar-fogo", o que não significa que este tenha sido alcançado, alertou o político social-democrata.

Em sua primeira declaração oficial após a resolução da ONU, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que a ofensiva em Gaza será mantida. Ataques com mísseis por parte dos palestinos, nesta sexta-feira, haveriam provado que a exigência das Nações Unidas "não é praticável". O Estado continuará defendendo seus cidadãos contra as investidas de palestinos radicais, afirmou Olmert.

Cooperação franco-alemã

Uma segunda precondição para a viagem de Steinmeier foi o retorno de Andreas Michaelis, encarregado do Ministério alemão das Relações Exteriores para o Oriente Médio. Durante vários dias ele realizou uma missão de sondagem na região de crise. Segundo o Ministério, para o cessar-fogo é necessário o controle efetivo das fronteiras, a fim de evitar o contrabando de armas. Michaelis recolheu detalhes para este controle, os quais Steinmeier examinará, agora, do ponto de vista político.

Também decisivo para a missão foi o desejo de cooperação estreita expressado pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, na véspera, em Paris. Após o encontro, Merkel declarou: "A chave para o cessar-fogo é a segurança de Israel de que o contrabando armamentista cessará", sendo as fronteiras o local decisivo, "por isso decidimos trabalhar em conjunto com a França, precisamente neste local."

Sarkozy observou: "Israel deve receber garantias de segurança e abandonar a Faixa de Gaza". Além disso, deveria ser suspenso o bloqueio no território autônomo palestino.

Fica em aberto se a iniciativa implicará uma eventual mobilização de soldados alemães. Um porta-voz de Berlim declarou nesta sexta-feira que, em princípio, o governo alemão não se furtaria a uma participação. Porém uma presença in loco da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) não está sendo cogitada.