1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Suécia assegura que não deportará Assange se houver risco de pena de morte

21 de agosto de 2012

Ministério sueco da Justiça declara que deportação estaria sujeita a condições severas. Presidente do Equador afirma que nem Londres nem Estocolmo deram garantias de que Assange não será extraditado para os EUA.

https://p.dw.com/p/15tae
Foto: dapd

Em entrevista à edição desta terça-feira (21/08) do jornal alemão Frankfurter Rundschau, Cecilia Riddselius, vice-diretora de questões penais e cooperação internacional no Ministério da Justiça da Suécia, assegurou que o país não deportaria o fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, caso ele corra o risco de ser condenado à pena de morte nos Estados Unidos.

A deportação estaria sujeita a condições severas, afirmou a funcionária, entre elas a garantia, por parte do governo norte-americano, de que o deportado não poderia de forma alguma ser executado. "Jamais deportaríamos uma pessoa ameaçada com a pena de morte", declarou. Até agora, os EUA não tomaram qualquer medida no sentido de uma extradição.

Assange, que está há dois meses refugiado na embaixada equatoriana em Londres, obteve na quinta-feira passada asilo diplomático do Equador. Ele é procurado na Suécia sob a acusação de ter abusado sexualmente de duas mulheres. O Reino Unido afirmou que o asilo concedido a Assange "não mudaria nada" sobre a determinação de Londres de o extraditar para a Suécia.

Assange teme que a Suécia o deporte para os EUA, onde estaria ameaçado de pena de morte por ter revelado dezenas de milhares de telegramas diplomáticos através da plataforma Wikileaks.

Crise diplomática

O caso provocou uma grave crise diplomática entre o Equador e o Reino Unido. O governo britânico não pretende deixar Assange sair do país. Na noite desta segunda-feira, o presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que está disposto a dialogar com o Reino Unido e com a Suécia para encontrar uma solução para o impasse.

"Estamos sempre abertos ao diálogo com os governos do Reino Unido e da Suécia", disse Correa em entrevista divulgada pela TV pública equatoriana ECTV. Ele salientou que foram as posições "intransigentes" de Londres e da Suécia que causaram a crise.

O presidente do Equador sublinhou que o Reino Unido e a Suécia nunca deram garantias a Assange de que não seria extraditado para os Estados Unidos, onde poderá ser julgado devido às revelações de seu portal.

Apelo de Assange

Correa disse esperar uma resposta "clara e radical" da Organização dos Estados Americanos (OEA), que convocou reunião para discutir o caso. No último fim de semana, os ministros do Exterior da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Aliança Bolivariana das Américas reafirmaram sua solidariedade com o Equador.

No último domingo, a partir de um terraço da Embaixada do Equador em Londres, Assange agradeceu a todos que o têm apoiado e pediu ao presidente Barack Obama que ponha fim à "caça às bruxas" contra ele e seu site.

CA/dpa/rtr/lusa
Revisão: Alexandre Schossler