Destino selado
30 de novembro de 2010O órgão alemão de supervisão financeira BaFin deu sinal verde para a incorporação hostil da Hochtief por sua acionista espanhola ACS, nesta terça-feira (30/11). O conselho de empresa da Hochtief teme cortes de pessoal, enquanto seu presidente, Herbert Lütkestratkötter, pediu calma, por enquanto. Ela é a maior empresa de construção civil da Alemanha.
Do ponto de vista sindicalista, toda resistência foi em vão. O presidente do sindicato do setor, o IG BAU, Klaus Wiesehügel, dá por perdida a luta contra a incorporação pela firma madrilense altamente endividada. "Com a decisão da BaFin, foram lançados os dados", sentenciou.
Luta perdida
O IG BAU pretende entrar em contato com a ACS (Actividades de Construccion & Servicios) o mais breve possível, para garantir postos de trabalho. "A Hochtief não pode ser dilapidada", insistiu Wiesehügel. A firma ocupa um total de 66 mil funcionários, dos quais, 11 mil na Alemanha.
Segundo especialistas do setor financeiro, a ACS, acionista majoritária da empresa de Essen, tem todos os trunfos na mão. Os demais acionistas não contam com qualquer possibilidade de se opor à decisão da autoridade financeira.
Entretanto, não está excluída a possibilidade de a Hochtief encontrar um novo investidor, um assim chamado "cavaleiro branco". As demais opções, como a elevação de capital, títulos conversíveis ou a fusão com a australiana Leighton, fracassaram.
A Hochtief ainda tem tempo para examinar em detalhe a proposta da ACS, que atualmente detém quase 30% de suas ações. No meio tempo, Lütkestratkötter apazigua os ânimos: "Aconselhamos nossos acionistas a não tomarem qualquer decisão antes que seja divulgada nossa tomada de posição".
AV/dpa/ap
Revisão: Carlos Albuquerque