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Supremo decreta prisão de extremistas islâmicos

(ef)25 de abril de 2002

O Supremo Tribunal Federal da Alemanha decretou, nesta quinta-feira (25), a prisão de oito dos doze membros do grupo radical islâmico Al Tawhid, que foram detidos durante buscas realizadas em dez cidades na terça-feira.

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Procurador geral Kay Nehm nega indícios de bomba de fragmentaçãoFoto: AP

O grupo até então desconhecido planejou cometer atentados na Alemanha, confirmou o procurador geral da República, Kay Nehm, em Karlsruhe. Ele não mencionou alvos concretos dos ataques planejados e desmentiu que tenham sido apreendidos explosivos nas batidas que a polícia federal e o grupo especial antiterror fizeram, simultaneamente, em 21 objetos espalhados pelo país. O ministro do Interior, Otto Schily, havia mencionado instituições dos Estados Unidos e de Israel como alvos prováveis.

O procurador geral confirmou que foram apreendidas metralhadoras, vídeos de propaganda, documentos falsos, computadores, disquetes e celulares, mas negou a descoberta de provas de que os presos tenham tentado fabricar bombas de fragmentação, como divulgou o jornal popular Bild. O ministro do Interior admitiu que o grupo tem ligações com a Al Qaeda e alguns deles estiveram nos campos de treinamento militar no Afeganistão.

Entre os presos, o procurador geral citou o palestino Mohammed Abu ou Abu Ali, de 36 anos, residente em Essen e líder da célula alemã do grupo Al Tawhid. Os outros presos são quatro palestinos, um jordaniano, um iraquiano e um egípcio, na faixa de 27 a 32 anos de idade e residentes em diversas cidades alemãs.

Segundo os investigadores, os homens prepararam atentados na Alemanha, motivados pela ofensiva dos Estados Unidos e aliados contra os talibãs e a Al Qaeda no Afeganistão e pela violência de Israel nos territórios palestinos. O vice-presidente do Departamento Federal de Polícia, Bernhard Falk, falou de uma abstrata situação mundial altamente perigosa, sem apontar pessoas ou instituições como alvos de atentados do grupo Al Tawhid na Alemanha.

Em um debate no Parlamento em Berlim, o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, prometeu um esclarecimento completo do atentado na ilha de Djerba, na Tunísia, em que morreram 16 pessoas, entre elas 11 turistas alemães. O ministro do Interior anunciou antes a criação de um fundo de dez milhões de euros para as vítimas da explosão de um caminhão carregado de bujões de gás de cozinha na frente de uma sinagoga na ilha. Muitas vítimas continuam hospitalizadas em estado grave.