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Sursis para neonazistas dez anos após atentado

(sm)17 de junho de 2002

Dez anos após o atentado xenófobo de Rostock-Lichtenhagen, três radicais de direita foram condenados a penas de, no máximo, um ano e meio de prisão, ficando sob liberdade condicional.

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Os skinheads foram os responsáveis pelo atentado neonazista de RostockFoto: AP

O tribunal de Schwerin, no Estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, condenou três co-responsáveis pelo incêndio de um albergue de estrangeiros, em 1992, por tentativa conjunta de homicídio e grave violação da ordem pública. Entre os culpados, menores de idade quando cometeram o crime, dois foram condenados a penas de um ano e meio e o terceiro a um ano de prisão, mas puderam ficar em liberdade condicional.

A promotoria tinha requerido penas de 18 meses para todos os três réus, sendo que o principal acusado não deveria beneficiar-se da liberdade condicional, segundo o requerimento do promotor público. Os advogados de defesa, por sua vez, tinham requerido absolvição, alegando insuficiência de provas e um intervalo de tempo inaceitavelmente longo entre o ato e a condenação.

Graves ato de xenofobia

Em agosto de 1992, cerca de 400 radicais de direita ocuparam durante quase uma semana a central de recepção de requerentes de asilo, no bairro de Lichtenhagen, em Rostock. Após meses de protestos da população contra a manutenção do albergue de estrangeiros na região e uma disputa de competência entre diferentes órgãos públicos, a situação voltou a se acirrar a partir do dia 22 de agosto.

Na noite de 24 de agosto, após a polícia ter recebido ordens internas de se retirar do confronto, radicais de direita iniciaram um quebra-quebra – sob aplauso de mais de mil pessoas –, incendiando o prédio da central e um albergue de trabalhadores vietnamitas. Cerca de 100 vietnamitas e alguns alemães conseguiram escapar por pouco das chamas e do linchamento.

Após protestos contra a omissão da polícia, o então secretário estadual do Interior, Lothar Kupfer, foi afastado do cargo em fevereiro de 1993. Após uma CPI do Parlamento Estadual ter se ocupado do caso, a promotoria pública abriu 200 inquéritos, seguidos de 44 processos. A maioria dos envolvidos foi condenada por agressão física e violação da ordem pública a penas de até três anos sob sursis. Apenas um dos condenados foi recolhido à prisão.