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TAM vai fazer falta na Alemanha

Thiago Barbosa25 de janeiro de 2002

Usuários da rota São Paulo - Frankfurt, que a companhia aérea brasileira vai deixar de operar, dizem que sentirão falta da empresa.

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O aeroporto de Frankfurt (foto) deixa de ser destino da TAMFoto: AP

No dia 18 de junho do ano passado a TAM - Transportes Aéreos Meridionais - começou a operar a sua rota entre São Paulo e Frankfurt. A nova opção como alternativa às empresas Varig e Lufthansa veio ao encontro das necessidades de brasileiros e alemães que estão sempre em busca de melhores condições para atravessar o oceano.

A TAM conseguiu a concessão da rota para a capital financeira da Alemanha, através de um espaço deixado pela Vasp, que costumava fazer concorrência às outras duas companhias já estabelecidas. Entre junho e dezembro, o negócio parecia estar indo de vento em poupa, o que segundo a TAM, não era bem o que estava acontecendo.

Entre os atrativos da companhia paulista, estavam o uso dos novos aviões Airbus, que proporcionavam um vôo mais silencioso e macio, segundo contam alguns antigos clientes. Outra vantagem estava no uso dos monitores individuais de televisão.

"Entretenimento faz muita diferença. Os meus filhos tinham um canal de filmes e desenhos só para eles e ficava passando o tempo todo. Era só ligar", explica Gérson Sanches, líder de projetos da Bayer. Sanches viajou para o Brasil com a família para passar o Natal e teve problemas para conseguir quatro lugares juntos, tanto na ida como na volta. A notícia de que a empresa suspenderia seu vôos pegou os usuários de surpresa.

Conexão –

Não só o serviço de bordo era o chamariz, mas também as facilidades de conexão apresentadas. O engenheiro alemão Mirco Genehr escolheu a TAM porque conseguiria chegar mais rápido a Porto Alegre, onde esteve no mês de outubro. Genehr costumava sair de Frankfurt no final da noite e chegar na capital gaúcha por volta da hora do almoço. Com a TAM, o engenheiro e sua família conseguiram, pela primeira vez, chegar ao Rio Grande do Sul às 9 e meia da manhã. O motivo foi que a TAM viajou o trecho entre São Paulo e Porto Alegre com a mesma aeronave. "Se fosse de novo, iria com a TAM, por causa do serviço e da conexão", disse Mirco Genehr.

Suspensão dos vôos –

Apesar de tudo, a TAM não será mais uma alternativa para o trânsito aéreo entre a Alemanha e o Brasil, a partir do dia 8 de março. A companhia aérea decidiu suspender os vôos para Frankfurt, por falta de rentabilidade.

De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a TAM passou a ter prejuízo na rota desde os ataques terroristas de 11 de setembro. A companhia aérea alegou que não faz parte da política administrativa da empresa operar rotas deficitárias. A TAM também afirmou que não havia perspectivas de melhoras no decorrer deste ano, mas garante que não vai se desfazer da concessão do trajeto e voltará a operar, assim que houver demanda suficiente.

A agência de turismo alemã Nouveau Monde, especializada em viagens para a América do Sul, reagiu com frieza à decisão e explicou que os maiores perdedores serão os consumidores. De acordo com Katrin Bosch, chefe do departamento de atendimento ao cliente, a companhia brasileira nunca proporcionou problemas aos seus clientes e as pequenas dificuldades de incompatibilidade de sistemas foram logo resolvidos.

Repercussão –

"Para nós não faz diferença, vamos continuar oferecendo as mesmas coisas, mas é uma pena que o nosso cliente tenha uma opção a menos", disse Bosch. A agência teme que, com a menor concorrência, a Varig e a Lufthansa subam os seus preços, mas não contam com esta possibilidade, por causa da situação difícil em que se encontra todo o setor.

A agência também afirmou que vai continuar trabalhando com a TAM a partir de Paris e se mostrou acostumada com os cancelamentos de vôos. A operadora também trabalhava com a Vasp e a Swissair.