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Falsificadores de arte

28 de outubro de 2011

O maior escândalo no mercado de artes do pós-guerra alemão chega ao fim com punições leves: até seis anos de prisão. Por confessar o crime, réus tiveram a pena reduzida e evitaram um processo com quase 170 testemunhas.

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Seis anos de prisão: Wolfgang Beltracchi começou a falsificar quadros em 1975Foto: picture-alliance/dpa

Um Tribunal da cidade de Colônia, no oeste da Alemanha, encerrou nesta quinta-feira (27/10) um dos maiores casos de falsificação de arte do pós-guerra alemão. O principal acusado, Wolfgang Beltracchi, recebeu a maior das penas: seis anos de prisão. Seus três cúmplices foram condenados a punições que variam de um ano e nove meses em liberdade condicional a cinco anos de prisão.

Os réus haviam confessado ter fornecido obras-primas falsificadas de renomados artistas alemães e holandeses do período entre guerras ao mercado de arte durante anos, tendo faturado cerca de 16 milhões de euros. Durante o processo, Beltracchi declarou ter ele mesmo pintado os quadros.

Pelas confissões, o quarteto recebeu, como antes acordado, uma redução da pena. Se não o houvessem feito, poderiam ter sido condenados a até nove anos de prisão.

A esposa de Beltracchi, Helene, ficará presa por quatro anos; o cúmplice Otto S.-K., por cinco anos. A a irmã de Helene, Jeanette S., foi condenada a um ano e nove meses de liberdade condicional. Ao confessarem, os quatro evitaram um processo gigantesco, que envolveria quase 170 testemunhas.

Campendonk, Pechstein e Max Ernst

Rotes Bild mit Pferden Heinrich Campendonk Sammlung Jägers
'Quadro vermelho com cavalos', de Campedonk foi uma das obra falsificadasFoto: Trasteco Limited

No processo, 14 quadros no estilo de Max Ernst, Max Pechstein e Heinrich Campendonk foram apontadas como falsificados pelo quarteto. Outras 40 obras estão sob suspeita, mas, segundo o magistrado de Colônia Wilhelm Kremer, tais casos não teriam uma dimensão tão grande e não serão julgados.

Beltracchi estava no centro das fraudes. De acordo com os promotores, ele teria iniciado as falsificações em 1975. O falsário pintou ele próprio os quadros, inventou etiquetas de origem da suposta coleção de seus avós, Jägers e Knops, e definiu os preços. Sua esposa, Helene, fornecia as obras a casas de leilão, e o cúmplice, Otto, as vendia a galerias de Paris e Genebra.

Beltracchi não apenas replicava pinturas, há muito perdidas, dos famosos artistas da primeira metade do século 20, como também criava novas obras que se encaixavam perfeitamente no estilo dos pintores.

Renomados especialistas em arte e casas de leilão mundialmente conhecidas acreditaram nas fraudes durante anos. A promotoria e o advogado de defesa concordaram que o mercado de arte facilitou a ação dos falsificadores.

Os milhões de euros faturados permitiram que o quarteto tivesse uma vida luxuosa em caras propriedades no sul da França e em Freiburgo, na Alemanha. Uma parte do dinheiro também se perdeu na crise financeira. Investigadores ainda conseguiram confiscar quase um milhão de francos suíços a tempo.

LPF/dpa/dapd
Revisão: Francis França