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Transplante de órgãos de animais ainda está longe de ser realidade

(av)18 de fevereiro de 2002

Ao contrário de notícias dos Estados Unidos, a Câmara dos Médicos Alemães afirma ainda faltam vários estágios até os xenotransplantes serem viáveis.

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Porquinhos clonados na PPL Therapeutics. Prontos para o transplante?Foto: AP

A Câmara dos Médicos Alemães (BÄK) aconselha que se moderem as expectativas quanto aos transplantes de órgãos de animais. Segundo Claus Hammer, do Conselho Científico desta organização, a transferência segura de um órgão de suíno a uma pessoa ainda está a alguns passos de ser realizável. Por outro lado, Hammer não considera tão graves os problemas éticos levantados pelos xenotransplantes. Igualmente infundados são os temores de que este seja o primeiro passo para a chamada clonagem terapêutica.

O conselheiro científico classificou como "certamente precipitada e não comprovada" a afirmativa de pesquisadores norte-americanos de que a xenotransplantação já seria uma realidade. Os cientistas em questão conseguiram simplesmente retirar de um porco-anão as informações genéticas para uma molécula de açúcar. Para Hammer, trata-se da tática tipicamente americana de usar o interesse da mídia para atrair investidores. Ele lembrou que há uma grande diferença entre a utilização de tecidos animais e a de órgãos inteiros.

Órgãos de porcos custarão tanto quanto humanos –

Para o representante da Câmara dos Médicos, o xenotransplante só se justifica se não há órgãos humanos disponíveis, se outras terapias falharam e o paciente está ameaçado de morte iminente. Segundo as estimativas do cientista, os órgãos de suínos não serão mais baratos que os humanos, embora tendo a vantagem de ser mais numerosos.

Em setembro, o Vaticano declarou em princípio não ver dificuldades éticas ou teológicas para o transplante de órgãos, tecidos e células de outros animais em seres humanos. Em face à escassez de órgãos humanos, seria perfeitamente aceitável procurar por alternativas éticas para salvar vidas humanas.