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Três firmas alemãs entre as líderes mundiais em P&D

gh26 de dezembro de 2004

DaimlerChrysler, Siemens e Volkswagen estão entre as 15 empresas do mundo que mais investiram em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2003. Futuro da indústria européia está na produção de bens de alta tecnologia.

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Setores farmacêutico, de biotecnologia e informática investem maisFoto: AP

Enquanto a DaimlerChrysler e a Siemens reduziram seus investimentos em projetos de pesquisa em relação ao ano anterior, a Volkswagen aumentou em 22% seus dispêndios com essas atividades em 2003.

Segundo informações da revista Technology Review, na edição 01/2005, a montadora sediada em Wolfsburg destinou mais recursos do que em 2002 ao desenvolvimento de células combustíveis, veículos híbridos (movidos a eletricidade e gasolina) e motores a diesel.

Embora os investimentos do setor industrial em P&D como um todo estejam recuando, o índice de inovação publicado pela revista aponta um aumento dos orçamentos para estas atividades nos ramos farmacêutico, de biotecnologia e informática.

O ranking mundial das empresas que mais investem em P&D é liderado pela montadora General Motors, que em 2003 destinou 7,5 bilhões de dólares para este fim, 200 milhões a menos que no ano anterior.

O segundo lugar é ocupado pelo grupo farmacêutico Pfizer (EUA), com 7,13 bilhões de dólares, seguido pela DaimlerChrysler, com um orçamento de 6,68 bilhões de dólares para P&D. A Siemens aparece na quinta posição e a Volkswagen, em décimo quinto.

Treze empresas alemãs estão entre as 150 que mais gastam com pesquisa e desenvolvimento, a maioria delas dos setores automobilístico e farmacêutico. Em números absolutos, conglomerados mistos e empresas das áreas de transporte e computação são as que mais destinam recursos à inovação tecnológica.

Apesar do clima geral de contenção de custos, as três firmas de biotecnologia entre as 150 aumentaram em 28% seus orçamentos de P&D, superando todos os demais setores.

Tecnologia de ponta

Produktion von VW Golf in Wolfsburg
Linha informatizada de produção do Golf em WolfsburgFoto: AP

Na Europa Ocidental, a tendência é reduzir as atividades industriais que requerem mão-de-obra pouco qualificada e gastar menos com pesquisa e desenvolvimento. "O futuro da indústria européia está na produção de bens de tecnologia de ponta", conclui um estudo realizado pela cooperativa internacional de consultores independentes KPMG junto a 171 empresas dos países europeus mais industrializados (entre elas, 31 da Alemanha).

O volume total da produção nesses países deve diminuir de 48 para 42%, enquanto os investimentos em P&D devem cair de 55 para 49%. Segundo a KPMG, 45% das empresas consultadas pretendem instalar novas fábricas de produtos de alta tecnologia na Europa Ocidental nos próximos três anos; 18% planejam transferir investimentos para China, 10% para a Índia e a região da Ásia e Pacífico, e 8,5% têm projetos para os novos membros da UE no Leste Europeu.

"Se a transferência da produção para regiões de mão-de-obra barata melhorar a competitividade dos fabricantes, eles novamente terão condições de investir mais em tecnologia de ponta na Europa Ocidental." É o que diz Theodor Kilgert, responsável pelos produtos industriais da KPMG, cooperativa internacional de consultores independentes que atua em 148 países.

Alta produtividade européia

Ele acredita que, a médio prazo, as empresas européias continuarão sendo competitivas na produção de bens tecnologicamente sofisticados. "Isso fica evidente na seguinte comparação: o Produto Interno Bruto ((PIB) obtido por hora de trabalho é de 47 dólares na França e Alemanha e de 40 dólares na Inglaterra. Na Índia e na China, oscila entre 1 e 1,5 dólar. A produtividade na Europa é altíssima e compensa, em parte, os altos custos de mão-de-obra", diz.

Segundo a KPMG, a Alemanha, que aplica 2,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, resiste melhor à pressão da concorrência internacional do que os países europeus que investem menos nessas atividades, como a Grécia (0,7%) ou Grã-Bretanha, Holanda e Áustria (todos com 1,9%).

No Brasil, a implantação dos primeiros centros de P&D industriais remonta a meados dos anos 70. Até hoje, são as multinacionais, entre elas as subsidiárias alemãs, que mais investem nesse setor.