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Turismo alemão: entre recuperação e recaída

av30 de julho de 2003

“Se cair, do chão não passa”. Confiante no provérbio, o turismo da Alemanha encara a crise e tem confiança no futuro próximo: a temporada de inverno. Mas a redução do período de férias representa nova ameaça.

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Praias lotadas: cena cada vez mais rara com a crise do turismoFoto: AP

Há muito tempo o setor turístico alemão não ia tão mal como neste 2003. Em lugar do crescimento continuado de até então, agências e companhias aéreas estão tendo que enfrentar o segundo ano seguido de crise. Esta começou com os atentados aéreos contra os Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001. Compreensivelmente, o uso de aviões de passageiros para atos terroristas diminuiu a alegria de voar de muita gente.

Apesar disso, a maior multinacional de turismo da Europa, a TUI, encara o futuro com otimismo. Como declarou seu diretor-geral, Volker Böttcher – durante a apresentação do programa de inverno da empresa, nesta segunda-feira (28), em Hanôver –, o setor já alcançou o fundo do poço. Portanto agora as coisas só podem melhorar.

Há mais de dez semanas o faturamento com viagens apresenta crescimento constante. Desde o início de maio as reservas de hotéis têm sido bem mais numerosas do que há 12 meses. Em conseqüência, a TUI recupera a cada semana sua perda de faturamento. Entretanto já está claro que não será possível compensar inteiramente o déficit em relação ao ano anterior.

Deus ajuda quem cedo madruga...

As metas do conglomerado de viagens para o inverno são bem definidas: margens estáveis de lucro e planejamento assegurado. Concretamente: a TUI pretende romper com a moda das férias last minute a preços cada vez mais módicos. Pois, a longo prazo, essa tendência é ruinosa para o setor, argumenta Böttcher: “Não se pode oferecer uma temporada de duas semanas num hotel de qualidade por 299 euros ou menos, e acreditar que se teve lucro no fim das contas. Com tais ofertas estamos estragando nossos negócios”.

Para incentivar as reservas a longo prazo, a empresa aplicará uma nova estratégia de preços, premiando com descontos de até 25% quem definir com boa antecedência seus planos de férias. Seu diretor-geral descreve assim o procedimento: secar pouco a pouco a fonte de onde, no fim da temporada, transbordam tantas ofertas mirabolantes, porém irreais.

Novo perigo vem da política

Mal tenta uma hesitante recuperação, o setor do turismo já está enfrentando uma nova ameaça: a redução do período de férias na Alemanha para, em média, 76,3 dias por ano (7,7 dias a menos). Segundo cálculos da Associação Alemã de Turismo (DTV), isso deverá significar prejuízos de cerca de 500 milhões de euros. Cada feriado cancelado significa o corte de um milhão de reservas de hotéis no país.

Isso não é tudo: a redução do tempo livre compromete também a qualidade do lazer, com mais engarrafamentos nas estradas, estações de férias lotadas e aumento de preços. Os maiores atingidos são as famílias com crianças em idade escolar. Devido aos protestos veementes da população, governos estaduais decidiram que – a partir de 2005 – voltará a haver 83 dias livres por ano. A DTV lamentou o fracasso da proposta dos secretários de Economia, por um período de férias de 87,8 dias.