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Turista espanhola morre baleada na Rocinha

23 de outubro de 2017

PM diz que veículo com turistas foi alvejado após furar bloqueio. Moradores convivem com tiroteios diários entre forças de segurança e traficantes.

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A favela da Rocinha, no Rio de Janeiro,
Rocinha é palco de uma onda de violência provocada por guerra entre traficantes rivaisFoto: Getty Images/M. Tama

Uma turista espanhola morreu nesta segunda-feira (23/10) após ter sido baleada pela Polícia Militar (PM) no Rio de Janeiro, elevando para no mínimo 11 o número de pessoas mortas em meio aos recentes confrontos na Rocinha.

Segundo a PM, a vítima, identificada como Maria Esperanza Jimenez Ruiz, de 67 anos, estava num veículo com turistas que rompeu uma barreira policial na Rocinha e foi alvejado por agentes de segurança. A espanhola chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

"Por volta das 10h30, um veículo Fiat Fremont rompeu o bloqueio policial no Largo do Boiadeiro. Houve reação da guarnição, atingindo o veículo", confirmou a polícia, em nota. "Durante a abordagem, verificou-se que se tratava de um veículo para transporte de turistas", acrescentou.

A Secretaria Estadual de Segurança do Rio de Janeiro lamentou a morte e afirmou que acompanha a apuração dos fatos junto à Corregedoria da Polícia Militar e à Divisão de Homicídios do Rio, que investigam o caso.

Dois policiais, um soldado e um oficial, envolvidos diretamente no caso foram presos em flagrante. Em nota, a Polícia Militar afirmou que o procedimento de abordagem não foi respeitado.

"Os policiais não devem fazer disparos e sim perseguir o veículo que não obedeceu à ordem de parar e bloquear sua passagem assim que for possível. A razão pela qual esse procedimento não foi cumprido é também objeto da investigação em curso", destacou a nota.

Segundo o site G1, o motorista do veículo disse que não percebeu o bloqueio policial ou tiroteios na região. A turista estava acompanhada de um irmão e de um cunhado que afirmaram não saber da situação de risco na Rocinha.

Há pouco mais de um mês, a maior favela do Rio é palco de uma onda de violência provocada por guerra entre traficantes rivais. Neste tempo, a Rocinha já foi alvo de duas operações do Exército e está ocupada por mais de 500 policiais militares que fazem incursões diárias em regiões mais altas atrás de criminosos.

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A população da Rocinha convive com tiroteios praticamente diários. Nesta segunda-feira, policiais do Batalhão de Polícia de Choque entraram em confronto com criminosos em duas áreas da Rocinha. Dois agentes de segurança foram feridos.

Além dos confrontos na Rocinha, o Rio de Janeiro enfrenta uma grave crise de segurança, que levou o presidente Michel Temer a autorizar, em julho, o envio de quase 9 mil militares para patrulhar a cidade. O reforço, no entanto, não foi suficiente para conter a violência e o aumento da criminalidade.

CN/lusa/abr/ap/rtr/ots

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