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Turquia rejeita culpa por fuga de cúmplice de atentados

13 de janeiro de 2015

Em encontro com chanceler federal alemã, Angela Merkel, premiê turco nega acusação de que Ancara esteja facilitando a chegada de terroristas à Síria e reitera esforços contra o terrorismo.

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Foto: AFP/Getty Images/T- Schwarz

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, rejeitou a acusação síria de que a Turquia é culpada por permitir que a parceira de um dos autores dos ataques terroristas cometidos em Paris na semana passada entrasse na Síria através da Turquia.

"A Turquia não vai aceitar que lhe atribuam algo pelo qual não é culpada", disse Davutoglu nesta segunda-feira (12/01) em Berlim, onde teve um encontro com a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

O Ministério das Relações Exteriores da Síria acusou a Turquia de permitir que terroristas atravessassem livremente a fronteira para o seu país, depois que Ancara anunciou que a esposa de um dos atiradores de Paris entrou na Síria via território turco no início de janeiro.

Hayat Boumedienne era a parceira de Amedy Coulibaly, que matou uma policial e realizou um ataque a um minimercado judaico, deixando quatro reféns mortos, nos dias seguintes ao atentado contra o semanário satírico Charlie Hebdo. Coulibaly foi morto durante a operação policial. De acordo com o ministro do Exterior turco, Mevlut Cavusoglu, Boumedienne chegou à Turquia em 2 de janeiro. Seis dias depois, ela seguiu para a Síria.

Davutoglu insistiu que a Turquia não pode ser responsabilizada pela circulação de Boumedienne na época anterior à conexão de seu nome aos assassinatos em Paris.

Antes, o governo da Síria havia acusado o governo turco, que apoia a rebelião contra o presidente sírio, Bashar Al-Assad, de ajudar terroristas que "derramaram o sangue de sírios e de pessoas inocentes em todo o mundo". O primeiro-ministro turco rejeitou a acusação, alegando que a Turquia deportou mais de mil cidadãos cujos nomes aparecem numa lista negra de 7 mil pessoas, elaborada por várias agências de inteligência.

Schießerei und Geiselnahme in Pariser Supermarkt 09.01.2014 Verdächtige
Hayat Boumeddiene (dir.), parceira do sequestrador do minimercado judaico Amedy Coulibaly, entrou na Síria via território turcoFoto: picture-alliance/French Police/Handout

Unidos contra o terrorismo

Além disso, Davutoglu aproveitou sua visita a Berlim para pedir mais apoio da Alemanha para o ingresso da Turquia na União Europeia (UE). A chanceler federal, porém, voltou a expressar suas ressalvas a respeito. No entanto, ambos se mostraram unidos em suas lutas contra o terrorismo. "Nós estamos lado ao lado contra o terrorismo", garantiu Merkel.

O chefe do Departamento Federal de Proteção da Constituição (BfV, sigla em alemão), Hans-Georg Maassen, aproveitou a visita de Davutoglu para pedir que a Turquia intensifique o combate aos extremistas e impeça que estes cruzem a fronteira com a Síria para se unir ao grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI).

Maassen classificou a Turquia como "país-chave", porque 90% dos 550 radicais que saíram da Alemanha chegaram ao território sírio via Turquia.

PV/ap/dpa/rtr