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UE impõe novas sanções contra o Zimbábue

ef22 de julho de 2002

A União Européia agravou suas sanções contra o Zimbábue. Os representantes do governo e do partido do presidente Robert Mugabe ficam proibidos de viajar para os 15 países da UE e seus bens foram congelados.

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Presidente Robert Mugabe proibiu os fazendeiros brancos de cultivar suas terrasFoto: AP

O motivo das sanções é a linha dura do ditador e a meta é afastar a ameaça de uma catástrofe de fome que pode atingir 10 milhões de pessoas no sul da África.

Reunidos em Bruxelas nesta segunda-feira (22), os ministros de Relações Exteriores da União Européia ampliaram de 52 para 72 o número de representantes do governo e do partido de Mugabe proibidos de entrar nos 15 países da UE e cujos bens ficam congelados. A primeira dama do Zimbábue também passou a integrar a lista. Até agora, só os colaboradores mais estreitos do presidente Mugabe eram atingidos pelas sanções.

Especialmente a Alemanha e a Grã-Bretanha se empenharam pelo agravamento do boicote. O secretário de Estado do Ministério de Relações Exteriores alemão, Jürgen Chrobog, justificou que Mugabe faz tudo que possa empurrar o país a olhos vistos para uma catástrofe. O ditador proibiu os fazendeiros brancos de cultivar suas terras, apesar da ameaça evidente de uma catástrofe de fome na ex-colônia britânica.

A proibição de viagem para os colaboradores mais importantes e o próprio presidente seria a única possibilidade de aumentar a pressão, disse Chrobog. A ajuda humanitária européia, ao contrário, não pode ser condicional, segundo ele.

Catástrofe humanitária

O Zimbábue "é o caso mais escandaloso de governos ruins e depostimos, que pode levar a uma catástrofe humanitária", justificou Chrobog, ex-embaixador alemão nos Estados Unidos. A ONU avalia que milhares de pessoas vão morrer de fome e de doenças causadas por carências, nos próximos seis meses, no sul da África. Faltam 1,2 milhão de toneladas de cereais. O governo alemão duplicou a sua ajuda ao desenvolvimento para US$ 20 milhões para a região, A Comissão Européia, órgão executivo da UE, também aumentou o seu auxílio de 90 milhões para 130 milhões de euros.

Alívio com acordo sobre ilhota

O apaziguamento do conflito entre Espanha e Marrocos, por causa da ilhota Pejeril no Estreito de Gibraltar, foi recebido com grande alívio pelos parceiros na UE. isso ficou evidente no encontro dos ministros em Bruxelas. A chefe da diplomacia espanhola, Ana Palacio, chegou a um acordo com o seu colega marroquino, Mohammed Benaissa, em Rabat, pelo qual a ilhota do tamanho de um campo de futebol tem o status de antes do conflito.

Em 11 de julho, uma dezena de soldados do Marrocos ocupou a ilha que os marroquinos chamam de Leila e foram expulsos de lá por um contigente de guerra da Espanha. Sob mediação dos Estados Unidos, os dois países concordaram, no sábado (20), em renunciar ao estacionamento de soldados na ilha desabitada.

Os ministros europeus protestaram, por outro lado, contra a ameaça de Israel de deportar familiares de extremistas palestinos da Cisjordânia. "Nós somos contra medidas de punição coletiva", esclareceu o representante do ministro alemão, Joschka Fischer, Chrobog. Eles discutiram principalmente sobre o encontro que tiveram em Nova York, na semana passada, no âmbito do "Quarteto do Oriente Médio", formado pelos EUA, UE, Rússia e ONU. Na troca de opiniões, reconheceram a necessidade de uma conferência internacional sobre o conflito israelense-palestino e de criação de Estado palestino independente.