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Concorrência desigual

(as)5 de abril de 2007

Barcelona e Real Madrid negociam a exibição de seus jogos diretamente com a televisão e faturam muito mais do que os clubes alemães: uma prática que o Parlamento Europeu considera ruim para o futebol do continente.

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Werder Bremen enfrenta o Barça: disputa desigual do ponto de vista econômicoFoto: AP

O domínio de clubes como o Barcelona e o Real Madrid no futebol europeu pode estar com os dias contados, ao menos se depender do Parlamento Europeu. Os deputados aprovaram na última semana um pacote de reformas que unifica em todo o bloco a maneira como os clubes negociam com as redes de televisão os direitos de exibição de seus jogos. As alterações previstas prejudicam os clubes espanhóis e italianos e favorecem os alemães e franceses.

Diferentemente do que ocorre na Alemanha e na França, os clubes italianos e espanhóis negociam diretamente com a televisão os direitos de exibição de seus jogos – e com isso faturam até seis vezes mais do que os alemães, fazendo com que o orçamento de um clube como o Barcelona seja muito superior ao do Bayern de Munique.

Distribuição mais justa

Na Alemanha, a negociação dos direitos é feita pela Federação Alemã de Futebol (DFB), que reparte o valor entre todos os clubes, o que faz com que equipes menores, como o Bochum e o Energie Cottbus, também recebam a sua parte e possam montar equipes competitivas.

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Rummenigge: sem condições de competir com os espanhóisFoto: AP

"As outras ligas não têm como competir com a Espanha e a Inglaterra", afirmou o presidente do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, ao jornal Süddeutsche Zeitung. "Jogadores de ponta, como Ronaldinho, nem mesmo se deixam atrair por propostas da Alemanha."

Pela sugestão dos deputados europeus, o modelo alemão seria levado a todos os países da União Européia (UE). Ou seja, as negociações com a televisão seriam feitas pela federação local e o dinheiro obtido seria repartido entre todos os clubes.

Fim dos altos salários

Outro ponto no qual os parlamentares querem mexer é o salário dos jogadores, estipulando um valor máximo a ser pago anualmente. Isso tornaria a disputa pelos melhores jogadores mais justa para os clubes. A idéia também é defendida pelo presidente da Uefa, o francês Michel Platini.

As medidas aprovadas pelos deputados precisam agora ser encampadas pelo comissário de Esportes da UE, Jan Figel. Até julho, ele deverá divulgar um documento estratégico propondo mudanças no esporte, e os deputados esperam que o texto contemple as mudanças aprovadas pelo Parlamento.

Rummenigge declarou ao jornal tz estar convencido de que as alterações serão contempladas no documento, mas disse acreditar que as novas regras possam levar até cinco anos para serem implementadas.