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UE precisa depender menos da energia russa, alerta Obama

26 de março de 2014

Em cúpula-relâmpago, presidente americano pressiona europeus a investirem mais em defesa, afirma que Rússia está "cada vez mais sozinha" e que mundo fica mais seguro quando Europa e EUA estão unidos.

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Foto: DW/V. Over

Encerrando a mini cúpula euro-americana em Bruxelas, nesta quarta-feira (26/03), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a Rússia está "cada vez mais sozinha" na crise da Ucrânia, e que "o mundo é mais seguro e mais justo quando a Europa e a América estão unidas".

"As ações da Rússia na Ucrânia não dizem respeito apenas a um país: elas dizem respeito ao tipo de Europa e ao tipo de mundo em que vivemos", declarou aos jornalistas reunidos na cidade-sede da União Europeia. Segundo o democrata, Moscou "calculou mal" ao pensar que poderia "se interpor" entre Washington e Bruxelas.

Independência energética

Obama exortou os líderes europeus a explorarem novas fontes de energia, pois somente desse modo a UE poderá se tornar menos dependente da Rússia. Segundo dados da Comissão Europeia, a UE depende da Rússia em 35% de suas importações de petróleo e 30% das de gás natural.

Segundo o presidente americano, os governos dos países europeus devem repensar suas políticas, a fim de "encontrar meios adicionais de ampliar e acelerar sua independência energética". Ele se referia, com isso, à controversa extração de gás de xisto.

O fraturamento hidráulico (fracking), técnica empregada para retirar o gás das camadas mais profundas do solo, encontra oposição veemente, sobretudo na Alemanha. Na Europa, o uso do gás de xisto ainda é incipiente – ao contrário dos EUA, que há mais de uma década o exploram e até o exportam.

"Toda fonte de energia traz dificuldades ou desvantagens", argumentou Obama em Bruxelas. "Não existe uma fonte perfeita, ideal ou barata." Ele acrescentou que o planejado acordo de livre-comércio com a UE tornará "muito mais fácil" emitir licenças para a exportação do gás de xisto.

Por outro lado, a Europa não pode se fiar exclusivamente no parceiro transatlântico como única solução. "Ter os Estados Unidos como fonte de abastecimento de energia é uma possibilidade. Mas nós fazemos a nossa escolha." disse o presidente americano.

Obama in Brüssel 26.03.2014 USA EU Gipfel
Presidente dos EUA entre líderes europeus Barroso (e) e Van RompuyFoto: picture-alliance/dpa

"Liberdade não é de graça"

À sombra da crise no Leste Europeu, esta é considerada a mais importante viagem de um chefe de Estado americano à Europa nos últimos anos. Antes de chegar a Bruxelas, Obama participara de uma cúpula nuclear em Haia, Holanda, e depois seguirá para a Itália.

Obama conversou com os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, em torno de uma mesa de almoço, numa reunião-relâmpago de 90 minutos – a primeira cúpula oficial entre a UE e os EUA, desde 2011.

Na coletiva de imprensa subsequente, o presidente dos EUA – que em seguida foi se encontrar com o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen – mostrou-se "um tanto preocupado quanto à diminuição dos gastos com defesa" entre os países-membros da Aliança Atlântica.

"A situação na Ucrânia nos lembra que nossa liberdade não é grátis", afirmou. É preciso se estar "disposto a pagar" pela segurança mútua, a fim de assegurar a manutenção de uma "força dissuasiva". Segundo Obama, tanto os 28 países da UE quanto os 28 membros da Otan seguem determinados a manter os princípios da soberania e da integridade territorial.

AV/afp/dpa/ap/rtr