1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Consenso difícil

DW/Agências (as)30 de novembro de 2008

Países da União Européia pretendem diminuir 20% suas emissões de gás carbônico até 2020, mas não conseguem chegar a um acordo sobre a divisão dos custos dessa redução. Consenso deverá ser alcançado em Poznan, na Polônia.

https://p.dw.com/p/G6OS
Um aerogerador produz energia sem poluir diante da usina de Vattenfall, na AlemanhaFoto: picture-alliance/ ZB

A União Européia (UE) chega dividida à cidade polonesa de Poznan, onde a partir desta segunda-feira (01/12) acontecerá mais uma conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Paralelamente às discussões conduzidas pela ONU, os europeus querem fechar um acordo interno que permita a execução do seu ambicioso plano climático.

Acertado em março de 2007, o plano da UE prevê uma redução de 20% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020 em comparação com 1990. Os 27 países-membros, a Comissão Européia e o Parlamento Europeu se digladiam agora sobre a divisão dos custos de execução desse plano entre os países-membros e os setores industriais.

Até agora, as negociações pouco avançaram, e o cronograma europeu prevê que os chefes de governo e de Estado cheguem a um acordo nos dias 11 e 12 de dezembro, os dois últimos dias da Conferência de Poznan. No dia 17, será a vez do Parlamento Europeu se pronunciar.

Consenso difícil

15.11.2008 DW-TV Journal Reportage Guenter Verheugen
Verheugen: metas menos ambiciosas em favor da indústriaFoto: DW-TV

Na última sexta-feira (28/11) , integrantes da Comissão Européia ressaltaram que não há um plano B para o caso de fracasso nas negociações. Ao todo, a implementação das medidas previstas no pacote deverá custar cerca de 90 bilhões de euros às 27 nações.

O último país a bloquear um consenso foi a Itália, que argumentara que os custos previstos para o governo e a indústria italianos estavam abaixo do valor real. Mas Roma acabou concordando com os valores estimados por Bruxelas.

A Itália, assim como a França, a Alemanha e outros países industrializados, temem que execução do plano diminua a competitividade de sua indústria no mercado mundial. Cálculos feitos pela indústria mostram que, até 2020, esses custos chegariam a 7,2 bilhões de euros apenas para seis setores (aço, outros metais, material de construção, vidro, químico e papel).

Polônia e Alemanha pedem exceções

Países de passado comunista, como a Polônia e a Romênia, defendem que suas economias, menos desenvolvidas, tenham que arcar com custos mais leves que os países industrializados. A Polônia, em especial, quer proteger suas usinas termelétricas, responsáveis por mais de 90% da energia elétrica consumida no país.

A Alemanha também defende que alguns dos seus setores industriais sejam privilegiados. São eles aço, cimento e químico, que consomem muita energia.

Bundesumweltminister Sigmar Gabriel
Gabriel: encontro na Polônia não será conclusivoFoto: picture-alliance/ dpa

Mesmo dentro da Comissão Européia não há consenso. O comissário europeu da Indústria, Günter Verheugen, está entre os que defendem que os objetivos de proteção climática sejam amenizados na atual época de crise. "Faz sentido que a política ameace um setor industrial com multas elevadas e ao mesmo tempo lhe ofereça ajuda financeira?", argumentou. A União Européia quer obrigar as montadoras a produzir veículos menos poluentes. Quem estiver fora da norma estará sujeito a multas.

Copenhague

O encontro em Poznan é preparatório para a Conferência de Copenhague, em 2009, onde deverá ser definido um documento que sucederá o Protocolo de Kyoto. A UE defende que os países industrializados reduzam suas emissões em 30% até 2020, tomando como base os níveis de 1990. Os europeus querem também convencer os Estados Unidos, a China e a Índia a se unirem aos esforços contra o aquecimento global.

O ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, disse não esperar que a Conferência de Poznan produza um projeto pronto para 2009. "Em Poznan deverá ser definida uma base para as negociações. E então vamos utilizar o ano de 2009 para preencher essa base", afirmou.