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Energia

9 de maio de 2009

Com vista à independência do gás russo, a União Europeia assina acordo com Azerbaijão, Egito, Geórgia e Turquia para formação do assim chamado Corredor do Sul.

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Foto: dpa

Na cúpula sobre energia realizada em Praga nesta sexta-feira (08/05), o antigo chefe de governo tcheco, Mirek Topolanek, classificou como um passo histórico a assinatura do acordo visando à formação do Corredor do Sul, através do qual gás da região do Mar Cáspio será transportado para a Europa sem necessidade de atravessar a Rússia.

O acordo foi assinado por União Europeia (UE), Azerbaijão, Egito, Geórgia e Turquia. O encontro de cúpula marcou também a despedida de Topolanek da presidência rotativa do Conselho da União Europeia.

Como peça principal dos planos de novos dutos energéticos, o gasoduto Nabucco deverá ser construído o mais rápido possível. Em janeiro último, a briga entre Rússia e Ucrânia em torno do fornecimento de gás provocou problemas de calefação também em muitos domicílios da UE. As exportações russas são responsáveis por um quarto da demanda de gás natural da União Europeia.

Através do "Corredor do Sul – a nova estrada da seda", a UE busca diversificar seu fornecimento de gás por meio de negociação com uma série de Estados da Ásia Central, do Cáucaso e do Oriente Médio, como também com a Turquia.

Vantagens para todos

Segundo o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o projeto do Corredor do Sul representa vantagens para todos. Para os países em torno do Mar Cáspio, para o Mashrek [região árabe que vai do Egito ao Irã] e para o Oriente Médio, a realização do projeto irá assegurar o acesso a um dos mais atraentes mercados energéticos, afirmou Barroso.

Para os países do sul do Cáucaso e da região do Mar Negro, o Corredor do Sul proporcionará possibilidades adicionais de abastecimento energético, como também de fonte de renda através da cobrança de taxas de trânsito. E para a União Europeia, acresceu Barroso, o projeto é uma alternativa geográfica para o abastecimento energético.

Nesse contexto, Nabucco é um nome importante. O gasoduto de 3,3 mil quilômetros de extensão ligará a região do Mar Cáspio até a Áustria, passando pela Turquia.

Pedras no caminho

No entanto, países importantes como o Cazaquistão, o Turcomenistão e o Uzbesquistão não querem assinar o documento, o que significa, a princípio, uma derrota para os planos do novo gasoduto. Por outro lado, a UE espera, em breve, resolver esse problema. Prognósticos atuais apontam que, já em 2014, gás natural será transportado para a Europa através do gasoduto Nabucco.

No entanto, para a União Europeia não se trata somente de um problema energético. O bloco espera que a cooperação também ajude a resolver conflitos, como a disputa entre Armênia e Azerbaijão em torno da região de Bergkarabach.

Após uma conversa com os presidentes de ambos os países, o chefe da diplomacia da União Europeia, Javier Solana, declarou em tons românticos que "ao ser falar sobre a questão fundamental da energia, poderão daí resultar boas vibrações, e delas, algumas vezes, pode nascer o amor".

Autores: Christoph Hasselbach / Carlos Albuquerque

Revisão: Alexandre Schossler