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Um banho de erotismo e cultura

Alessandra Andrade14 de janeiro de 2002

Antiga casa de banho dos romanos em Pompéia será aberta ao público. Afrescos eróticos e piscinas de água quente retratam os costumes dos antigos romanos.

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Em breve, uma das mais antigas casas termais romanas estará aberta ao público. Trata-se de um complexo arquitetônico de mais de dois mil anos, cujos afrescos e piscinas de diversos tamanhos relatam os costumes dos antigos romanos e descrevem por si só o clima erótico e promíscuo dos tradicionais banhos quentes da época.

As termas situam-se em Pompéia, sul da Itália, que no ano 79 foi destruída pela erupção do Vesúvio. Sob as lavas e cinzas do vulcão, a "cidade de lazer dos romanos" conseguiu conservar grande parte de seu sítio arqueológico, permitindo o estudo da cultura e das técnicas de engenharia dos antigos romanos.

Durante as escavações, que se iniciaram na década de 80, foram encontradas três salas com piscinas para banhos em águas frias, mornas e quentes, decoradas com paisagens marinhas. Além disso, foi descoberta uma outra repartição, onde seria o vestuário, contendo oito afrescos eróticos.

Cidade soterrada —

Pompéia, antiga cidade da Campânia, foi fundada pelos oscos. No século VIII a.C., a cidade caiu sob o domínio grego e no século subseqüente foi ocupada pelos etruscos. Em 24 de agosto de 79, uma violenta erupção do Vesúvio cobriu-a com uma camada de seis a sete metros de espessura. O incidente vitimou dois mil de seus vinte mil habitantes. Entre as ruínas, descobertas no século XVI, muitas ainda se encontravam em perfeito estado: a basílica (lugar para reuniões públicas), o templo tríade capitolina (Júpiter, Juno e Minerva), o templo de Apolo, o de Ísis, o mercado e o comitium, onde se realizavam as eleições municipais.

Bordel à moda antiga —

Nas águas quentes dos tradicionais banhos romanos, homens e mulheres buscavam diversão e prazer. Os afrescos nas paredes da antiga casa termal revelam os costumes e preferências sexuais dos romanos. Os afrescos mostram cenas sexuais entre mulheres, homens e até três ou quatro pessoas juntas. Segundo Giovanni Guzzo, superintendente das escavações, "a prostituição era praticada pelos escravos, que eram obrigados pelos seus donos".

Inauguração —

A partir do dia 19, grupos de até 20 pessoas poderão visitar a antiga casa de banho de Pompéia. Além dos afrescos e mosaicos, podem ser vistas as câmaras que permitiam manter constantes as temperaturas das piscinas —artifícios que garantiram o conforto e o requinte dos súditos de um grande império.