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Um milhão de vagas nas empresas alemãs apesar do desemprego

Neusa Soliz26 de dezembro de 2001

Não só parece, como é um paradoxo: desemprego por um lado e empresas procurando funcionários e técnicos sem achá-los. Faltam principalmente engenheiros na Alemanha.

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Trabalhadores na linha de montagem da VWFoto: AP

Há quase 4 milhões de desempregados na Alemanha, mas há também muitas empresas que precisam de especialistas com urgência e não conseguem encontrá-los. As vagas não são preenchidas mesmo em atividades que não exigem grande qualificação, como as do setor de hotelaria e gastronomia.

Uma pesquisa realizada pela Confederação das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), da qual participaram cerca de 20 mil empresas, revelou que há mais de um milhão de postos de trabalho abertos. Se essas vagas forem preenchidas, isso se refletiria num crescimento econômico da ordem de 1%, avalia o diretor executivo da DIHK, Martin Wansleben.

As profissões em falta

- Faltam engenheiros e técnicos em 47% das empresas de prestação de serviços e 64% das indústrias. 20% das firmas não conseguem preencher os cargos no setor de técnicas de informação e telecomunicações. Faltam até funcionários para a administração e os departamentos jurídicos.

Causas e soluções

- Os empresários e executivos alegam várias causas da falta de mão-de-obra. Antes do diploma universitário, as empresas exigem, por exemplo, que o candidato tenha um curso profissionalizante de 2 ou 3 anos. "Mas as contratações falham também porque os candidatos sonham em ganhar um salário muito mais alto do que se paga habitualmente, ou porque não têm a devida motivação," diz Martin Wansleben.

Quanto a possíveis soluções, a pesquisa apontou que um terço das empresas pretende flexibilizar o horário de trabalho, para aproveitar de forma mais eficaz o quadro de especialistas que já têm. 13% tratarão de conservar por mais tempo trabalhadores que pretendiam se aposentar ou contratar outros, também de mais idade. 12% vê a possibilidade de recrutar funcionários no exterior. No entanto, por causa dos custos, essa é quase sempre a última alternativa, quando a busca no país não dá resultado.

A volta dos idosos

- Wansleben admite que, no passado, as firmas cometeram o erro de antecipar a aposentadoria dos funcionários de idade, com a idéia de que seria mais produtivo começar algo novo com trabalhadores mais jovens. Hoje, os empresários terão que rever esse conceito, segundo o diretor da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio.

Reformas no mercado de trabalho são imprescindíveis para adaptá-lo às exigências da iniciativa privada. Os bicos de baixa remuneração, por exemplo, devem tornar-se mais atraentes através de subsídios estatais. Também será preciso trabalhar por mais tempo. Em média, as pessoas se aposentam aos 62 anos na Alemanha.

No futuro, deverá ser com 65 anos, como estipula a lei. O Departamento Federal do Trabalho terá que aumentar a pressão para que os desempregados aceitem os empregos que lhes são propostos. E por último, Wansleben menciona as mulheres, cuja integração à vida profissional deveria ser intensificada.