1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Uma mulher especial na cadeira do diretor

(ra)21 de fevereiro de 2002

Há 60 anos, em 21 de fevereiro de 1942, nascia em Berlim Margarethe von Trotta, uma das mais (re)conhecidas diretoras do Novo Cinema Alemão

https://p.dw.com/p/1ryP
Margarethe von Trotta filmou as mulheres e a políticaFoto: www.goethe.de/uk/ mon/

Ao olhar para trás, Margarethe von Trotta pode ver o árduo caminho, ao fim do qual não muitos alemães chegaram: reconhecimento internacional e lugar garantido na história do cinema em uma época, em que não era exatamente fácil para uma mulher encontrar seu espaço.

Von Trotta, uma das diretoras mais bem sucedidas do Novo Cinema Alemão, ao qual pertenceram grandes nomes como Fassbinder, Herzog, Wim Wenders e Volker Schloendorff, na verdade trouxe sua experiência do teatro. Como atriz, foi a musa de Schloendorff, com quem casou-se em 1971.

Mas isso era pouco para ela. Em 1975, estreou na direção com A honra perdida de Katharina Blum (Die verlorene Ehre der Katharina Blum), baseado no romance homônimo de Heinrich Böll e co-dirigido por Schloendorff. Dois anos depois dirigia sozinha seu primeiro filme, Das zweite Erwachen der Christa Klages (O segundo despertar de Christa Klage).

Uma mulher entre muitas mulheres

Desde cedo, von Trotta tinha encontrado seu tema: contava como ninguém histórias de mulheres, em especial daquelas que se envolviam com temas políticos. Para a berlinense era mais importante enfatizar os temas de seus filmes do que experimentar nas formas de filmá-los.

Em 1981 veio seu filme de maior êxito, Os anos de chumbo (Die bleierne Zeit), que caracteriza toda uma época na Alemanha do pós-guerra e lhe valeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza. Seguiram-se filmes menores: Rosa Luxemburgo (1986) veio quando "revolucionárias" já não eram o que as pessoas mais queriam ver na telona.

Depois de viver na Itália e na França, o retorno veio em 1994 com A promessa, trágica história de amor de dois jovens que tentam atravessar o muro de Berlim rumo ao Oeste e acabam se perdendo.

Ao contar histórias de mulheres tão fortes e envolventes, Margarethe von Trotta acabou contando um pouco de sua própria natureza, da história da mulher que acredita mais do que tudo em desafios: "A desafios, me dedico sempre".