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De Celle a Braunschweig

Gaby Reucher/rw9 de abril de 2011

Entre a Serra do Harz e a planície das charnecas (Heide), há várias cidades históricas. Hoje, faremos uma viagem de Celle a Braunschweig, passando por Hannover.

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Centro de CelleFoto: Stadt Celle

A apenas meia hora de carro de Hannover, em direção ao Norte, fica a pequena cidade de Celle. No seu centro histórico, há em torno de 500 casas muito bem conservadas em estilo enxaimel, construídas entre os séculos 16 e 18. Amplas planícies circundam a cidade, oferecendo opções para quem gosta de passeios pela natureza, sejam a pé ou de bicicleta. Até Lüneburg, prossegue a paisagem plana, com muitos campos.

Casas lindas e campos floridos

Lüneburg Häuser Fronten
Fachadas típicas de LüneburgFoto: Lüneburg Marketing GmbH

Em Lüneburg, cidade milenar conhecida não só por suas reservas de sal, ainda podem ser encontrados, em suas cumeeiras enfeitadas, os vestígios da riqueza desta cidade hanseática (referente à Hansa, associação comercial que existia em várias cidades no norte da Europa, na Idade Média).

Sua antiga salina abriga hoje o Museu Alemão do Sal. Tanto Lüneburg como Celle oferecem passeios aos lindos campos da Heide (charneca), que no verão ficam cobertos de flores lilases, até onde os olhos alcançam.

Ao fundar Celle, em 1292, o duque Otto, o Rigoroso, determinou que todas as ruas da cidade desembocassem em seu castelo. Poupadas dos bombardeios na Segunda Guerra Mundial, as casas históricas são uma atração à parte, algumas com frontões (adornos na parte superior de portas ou janelas), outras com cumeeiras altas, revestidas com tijolos ou simplesmente pintadas. A Reforma de Martinho Lutero chegou à pequena cidade já em 1527, como se pode ver nas inscrições bíblicas entalhadas nos barrotes das fachadas.

Uma igreja atípica

Quem quiser ver a linda cidadezinha de cima, tem de subir os 234 degraus da torre da igreja. No interior do templo, destacam-se as graciosas figuras e plantas moldadas em gesso, incomuns para uma igreja luterana. O último duque da cidade, Georg Wilhelm, era um grande amigo do barroco e por isso havia encomendado a ornamentação da igreja a um artista italiano.

Nem sempre os senhores na região dispunham do dinheiro necessários para tais obras de arte. Muito do que foi construído nos séculos passados era só fachada. Como por exemplo o Castelo de Wolfenbüttel, em que uma construção com paredes de taipa imita um imponente prédio de alvenaria. Ou as colunas de madeira com aparência de mármore no salão nobre na Universidade de Göttingen. Esculturas que não são de mármore

Grotte in Herrenhäuser Gärten in Hannover
Jardins de HerrenhausenFoto: Hannover

Da mesma forma, as esculturas dos Jardins de Herrenhausen, feitas com arenito em vez de mármore e que deixam muito a desejar em relação às originais italianas. Mesmo assim, o jardim, em Hannover, continua sendo uma atração à parte, já que é um dos poucos parques barrocos preservados no país.

Em 1142, o duque Henrique, o Leão, resolveu estabelecer-se em Braunschweig, a cerca de 60 quilômetros de Hannover, por causa de sua localização, já na época, centralizada. Quase completamente destruída pelos bombardeios da guerra, pouco sobrou do centro histórico. Não se pode deixar de visitar a praça central, com o castelo de Dankwarderode, construído por Henrique, o Leão, em 1173 nos moldes do castelo imperial de Goslar.

Bíblia em imagens

Der Braunschweiger Dom
A Catedral de Braunschweig

O peculiar na Catedral de São Brás, também ali situada, é que suas portas são marcadas por arranhões, que, segundo o ditado, teriam sido deixados por um leão. Corre a lenda de que Henrique teria salvo a vida do animal em uma de suas peregrinações.

Na realidade, entretanto, Henrique nunca encontrou um leão em suas andanças pela fé. Em contrapartida, ficou tão impressionado com as pinturas bizantinas, que mandou decorar o interior da catedral com tais motivos.

Na mesma igreja existe uma reprodução de uma bíblia ilustrada, já que ele não sabia ler. O original pode ser visto na Biblioteca Conde Augusto, na vizinha Wolfenbüttel, cidade que, aliás, abriga a maior coleção de manuscritos do norte da Alemanha, com meio milhão de livros escritos à mão.