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Países europeus declaram guerra contra crimes cibernéticos

10 de janeiro de 2013

Centro inaugurado na Holanda vai combater fraudes em transações financeiras online e casos de pornografia infantil. Crimes cibernéticos não têm fronteiras e dão prejuízos mundiais de mais de 290 bilhões de euros por ano.

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Foto: fotolia/by-studio

A União Europeia (UE) vai fechar o cerco contra os crimes na internet a partir desta sexta-feira (11/01) com a inauguração do Centro Europeu para o Combate a Crimes Cibernéticos. Uma das principais funções do centro será o de rastrear quadrilhas especializadas em fraudes em transações financeiras pela internet e pornografia infantil.

Com o novo centro espera-se que a UE seja "tão esperta e rápida" como os criminosos, disse a comissária para Assuntos Internos da UE, Cecilia Malmström. "A criminalidade na internet não conhece fronteiras, por isso devemos trabalhar de forma transfronteiriça", afirmou Malmström.

De acordo com dados da UE, a criminalidade na internet cresce de forma muito rápida. No mundo, um milhão de pessoas são vítimas diariamente de crimes cibernéticos, e os prejuízos chegam a cerca de 290 bilhões de euros por ano. Os delitos incluem roubo de senhas para invasão de contas bancárias, cartões de crédito, e-mails e smarthphones.

Malmström afirmou ainda que o comércio online estaria abaixo de suas possibilidades por causa da insegurança dos usuários para realizar compras pela internet. Ela lamenta que muitos desses criminosos fiquem impunes. "O risco de ser preso é pequeno, e o lucro, alto."

Europol Europäische Polizeibehörde in Den Haag
Sede da Europol, em HaiaFoto: picture-alliance/dpa

Nova força policial

O novo centro, localizado na cidade holandesa de Haia, terá 35 funcionários para investigar atividades online ilegais realizadas por bandos criminosos – principalmente em relação a casos de fraude financeira e pedofilia. A iniciativa será financiada pelo orçamento da Europol – a polícia europeia.

A iniciativa dos 27 países europeus também pretende treinar investigadores e promotores públicos para alertar contra a ação de redes criminosas. Além disso, deve auxiliar as autoridades nacionais com conhecimentos técnicos, além de compilar, analisar e divulgar informações sobre criminosos cibernéticos.

O novo diretor do centro, o dinamarquês Troels Oerting, alertou que "não é mais preciso usar armas ou roubar bancos. Com um bom computador é possível fazer muito mais dinheiro". A possibilidade de colocar um criminoso atrás das grades é muito pequena – situação que dever mudar, segundo Oerting.

Cooperação com outros países

Oerting explicou que não pretende concorrer com as instituições policiais de cada um dos países-membros e que com uma dezena de funcionários e um restrito orçamento "não vai ser possível realizar todo o trabalho".

O centro é considerado uma "plataforma para as autoridades judiciais dos 27 países-membros". Mas outros países interessados que já cooperam com a União Europeia nesta área – como Estados Unidos, Canadá e Austrália – também podem se beneficiar do trabalho do centro.

EU Cecilia Malmstroem und Troels Oerting Internet Kriminal
Oerting diz que não só países europeus vão se beneficiar com novo centroFoto: AP

Malmström lamenta que até o momento a Rússia ainda não participe da cooperação – o país é considerado um dos principais centros de crimes cibernéticos no mundo.

Oerting diz reconhecer o ceticismo de algumas instituições policiais quanto à troca internacional de informações. "A não divulgação de informações seria uma tradição".

Mas depois de visitar os centros nacionais contra crimes cibernéticos dos países-membros, ele observa uma clara transformação: os países reconhecem que a União Europeia necessita de uma plataforma comum e um centro de compilação de dados. Dessa forma, os países-membros também vão economizar dinheiro. Em tempos de austeridade, este é um argumento especialmente forte.

FC/dw/afp/dpa
Revisão: Francis França