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Residência universitária

12 de setembro de 2011

Os cerca de 2,2 milhões de alunos das universidades alemãs precisam de um lugar para morar – de preferência barato e próximo ao campus. República, moradia estudantil ou dividir um apartamento são opções.

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Mais de um terço dos estudantes vive em apartamentos privados
Mais de um terço dos estudantes vive em apartamentos privadosFoto: fotolia/Ilike

Uma pia, um armário, uma cama estreita e uma grande escrivaninha – isso é tudo o que cabe em um dos quartos da residência universitária com aparência de caserna, em Colônia, no oeste da Alemanha. Mas o cômodo de 11 metros quadrados, alugado pela Organização dos Serviços Sociais para Estudantes (Studentenwerk) da cidade, não é mais a regra na Alemanha de hoje.

De acordo com a porta-voz da Studentenwerk de Colônia, Cornelia Gerecke, pequenos apartamentos individuais em moradias estudantis são cada vez mais raros.

Em geral, os estudantes vivem agora com mais conforto, a maioria das vezes em pequenas repúblicas compartilhadas com três ou quatro pessoas. Os quartos construídos recentemente precisam ter no mínimo 17 metros quadrados. "É uma determinação do estado da Renânia do Norte-Vestfália", explica Gerecke.

Cornelia Gerecke, da Studentenwerk de Colônia
Cornelia Gerecke, da Studentenwerk de ColôniaFoto: DW / Suzanne Cords

Por conta da alta rotatividade, os dormitórios são reformados regularmente. O aluguel mensal médio é de 230 euros. Por esse preço é difícil encontrar algo semelhante no mercado. "Temos cozinhas totalmente equipadas, banheiros e varandas em quase todos os nossos prédios", diz Gerecke.

Entretanto, a estudante sérvia Tijan Milunovic, que só conseguiu uma vaga em um antigo quarto de 11 metros quadrados, conta que teve de se acostumar à situação. "Quando entrei aqui pela primeira vez, fiquei chocada. Os móveis eram velhos e estava tudo muito sujo", diz.

Perto do campus e dos bares

As 86 residências universitárias de Colônia são poucas, considerando-se que há 64 mil universitários na cidade. Apenas 7,2% dos estudantes da metrópole conseguem uma vaga. Segundo Gerecke, o problema para construir novos dormitórios é a falta de terreno no centro da cidade.

Próximo ao campus: moradia em Colônia
Próximo ao campus: moradia em ColôniaFoto: DW / Suzanne Cords

De acordo com Gerecke, uma moradia em uma localidade vizinha não seria muito atraente, pois os estudantes preferem estar perto do campus e dos bares. Portanto, quem quiser um quarto em uma das cobiçadas residências tem que se inscrever com bastante antecedência pela internet, aconselha a especialista.

A conjuntura atual é, porém, bastante diferente da do final dos anos 1980, início dos 1990, quando estudantes chegavam a procurar abrigo até mesmo em contêineres habitacionais.

Mas também não se pode dizer que a situação ficou mais confortável em cidades como Munique, Hamburgo ou Colônia – onde o número de estudantes não para de crescer.

Alternativas

De acordo com dados da Studentenwerk alemã, apenas 12% dos universitários do país vivem em moradias estudantis. Outros 37% optam por morar em um apartamento, sozinhos ou com um colega. Os demais residem com os pais ou em repúblicas privadas.

Há alguns anos, teve início em diversas cidades da Alemanha a iniciativa Wohnen gegen Hilfe ("Ajuda em troca de moradia"). A ideia é que estudantes recebam um lugar para morar ao prestarem serviços domésticos ou trabalharem como babás.

Durante muito tempo, as repúblicas [Wohngemeinschaften ou WGs, em alemão] eram a opção favorita entre os universitários. Mas, segundo Gerecke, a tendência atual são os quartos individuais em moradias – que permitem que os estudantes se mudem com mais facilidade.

Tijana Milunovic divide cozinha com colega
Tijana Milunovic divide cozinha com colegaFoto: DW / Suzanne Cords

Quem mora sozinho também não precisa se preocupar em dividir as tarefas domésticas. Em alguns casos, a Studentenwerk precisa enviar um mediador às residências para resolver atritos entre os moradores.

Apesar dos desentendimentos por causa da faxina e do estranhamento inicial, a sérvia Tijana Milunovic – estudante de ciências políticas – diz agora sentir-se bem em sua moradia. Ela aprecia viver em uma atmosfera tolerante e multicultural. "Sou estrangeira e preciso de novos amigos nesta cidade."

Estrangeiros na disputa

As Studentenwerken oferecem um serviço especial para estudantes recém-chegados do exterior. Há funcionários do setor de moradias universitárias que se dedicam exclusivamente ao atendimento dos estrangeiros. Além disso, são oferecidos programas especiais para facilitar a integração, como o apoio de tutores.

"Dos moradores de nossas residências, 37% são estudantes estrangeiros", diz Gerecke. A porta-voz afirma ainda que há sempre a tentativa de misturar alemães e estrangeiros nos dormitórios.

Autora: Suzanne Cords (lpf)
Revisão: Carlos Albuquerque