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Vexames na Copa do Mundo fazem Uefa encurtar competição

mw11 de julho de 2002

Más exibições de craques desgastados por maratona de jogos na Europa convencem dirigentes a reduzir número de partidas na Liga dos Campeões. Uefa também anuncia abandono da Copa das Confederações.

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Depois de brilhar na final da Liga dos Campeões, Zidane (de branco) foi para o mundial no bagaçoFoto: AP

O que antes da Copa do Mundo do Japão e da Coréia parecia improvável aconteceu. O comitê executivo da Uefa aprovou, nesta quinta-feira, em Nyon (Suíça), mudanças no atual formato da Liga dos Campeões para a temporada de 2003/2004. Elas só não serão implementadas imediatamente devido a contratos já assinados com patrocinadores e emissoras de tevê.

Os dirigentes decidiram manter a participação de 32 equipes, mas acabar com a atual disputa das oitavas-de-final em grupos. Assim, as partidas de tudo ou nada, em ida e volta, começarão já nesta fase, reduzindo de 17 para 13 o total de jogos de quem chegar à final da competição.

"Esportivamente, é uma decisão sensata", avalia Michael Zorc, diretor de futebol do Borussia Dortmund, atual campeão alemão e vice da Copa da Uefa.

"Ninguém gosta de heróis capengas"

O corte era reivindicado por vários clubes, que reclamavam do desgaste de seus jogadores. Alguns chegam a jogar ao todo 70 partidas por temporada. "Ninguém gosta de futebol com heróis capengas", afirma Franz Beckenbauer, presidente do Bayern de Munique.

As resistências, porém, eram grandes até a recente Copa do Mundo. A notória má condição física com que craques, como Zidane e Figo, entraram em campo no mundial parece ter alterado a opinião de muitos dirigentes. "Não é simples mudar uma competição vista como a melhor do mundo disputada por clubes. Mas às vezes é necessário agir, pensando no futuro", admitiu o presidente da Uefa, Lennard Johansson.

"Houve razões de saúde e esportivas, mas também comerciais. Se o interesse das emissoras de tevê e dos torcedores cai, é preciso concentrar a competição", argumentou Gerhard Mayer-Vorfelder, presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB) e membro do comitê executivo da Uefa.

A decisão agradou Karlheinz Rummenigge, vice-presidente do Bayern. "A agenda ficará mais flexível, os jogadores terão maior possibilidade de regeneração e os torcedores preferem o sistema de tudo ou nada." Rummenigge, porém, quer mais cortes no calendário anual: "um ou dois jogos de seleções nacionais a menos por ano".

Uefa abandonará Copa das Confederações

Após a reunião em Nyon, o presidente da Uefa declarou que as seleções dos países ligados à entidade deixarão de disputar a Copa das Confederações. A última será a de 2005. "Não vamos mais participar, mas seria errado abandonar a competição já agora", disse Johansson, que prevê a extinção do torneio.

A Copa das Confederações é promovida pela Fifa a cada dois anos. Dela participam as seis seleções campeãs das federações continentais, além do país anfitrião e o campeão mundial. Atualmente, o detentor do título é a França, que conquistou a Copa das Confederações no torneio de 2001, realizado no Japão e na Coréia do Sul.

A versão 2003 continua sem país-sede, que só será escolhido pela Fifa em 23 de setembro, a apenas nove meses da realização do evento. França (juntamente com Suíça), África do Sul, EUA e Austrália são candidatos. Já a Copa das Confederações de 2005 será na Alemanha e servirá como ensaio geral para a Copa do Mundo de 2006.