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Ártico aquecido é "novo normal", alertam cientistas

12 de dezembro de 2017

No Polo Norte, temperaturas têm aumentado duas vezes mais rápido que no restante do planeta, transformando geografia do local. Relatório elaborado por pesquisadores de 12 países aponta consequências globais.

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Norwegen Barentsee
Placas de gelo flutuam no Mar de Barents, na NoruegaFoto: Imago

Um Ártico cada vez mais quente, onde as temperaturas se elevam duas vezes mais rápido do que no restante do planeta e o gelo se derrete a um ritmo alarmante é o "novo normal", advertiu um relatório científico global divulgado nesta terça-feira (12/12). As consequências, no entanto, deverão se estender para muito além do Polo Norte, alertaram os pesquisadores.

"O ano de 2017 continuou a nos mostrar que estamos nos aprofundando nesta tendência em que o Ártico é um lugar muito diferente do que era há até mesmo uma década", disse Jeremy Mathis, diretor do programa de pesquisa sobre o Ártico da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) e coautor do relatório de 93 páginas. 

Leia mais: Europeus terão que se habituar a extremos climáticos, dizem cientistas

"A magnitude e o ritmo do aquecimento gelo marinho e da superfície dos oceanos é algo sem precedentes nos últimos 1,5 mil anos, pelo menos, e provavelmente muito mais", afirmou o relatório. "Existem fortes sinais que continuam a indicar que o sistema ambiental do Ártico atingiu um 'novo normal'."

Animação mostra o degelo no oceano Ártico

Neste ano, os níveis máximos de gelo no mar no Ártico foram os mais baixos já registrados no inverno, quando os níveis de gelo costumam aumentar, afirmou o Arctic Report Card, divulgado anualmente pela NOAA e já em sua 12ª edição. Compilado por 85 cientistas de 12 países, o documento foi apresentado durante o encontro anual da American Geophysical Union. 

"As mudanças observadas no Ártico não permanecerão no Ártico", disse Mathis durante o encontro. As consequências das mudanças climáticas, segundo o relatório, vão desde prejuízos na atividade pesqueira no mar de Bering até maior risco de incêndios em regiões de altitudes elevadas, além do comprometimento de estradas, lares e infraestrutura devido ao derretimento do permafrost.

"Tais mudanças afetarão todas as nossas vidas. Isso vai significar mais eventos climáticos extremos, preços mais altos de alimentos e ter de lidar com o impacto dos refugiados climáticos", afirmou Mathis. "O Ártico tem sido, por tradição, a geladeira do planeta, mas a porta ficou aberta, e o frio está se esvaindo por todo o Hemisfério Norte."

IP/afp/ap

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