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Obama transmite otimismo e reafirma força dos EUA

13 de janeiro de 2016

No último discurso sobre o Estado da União, presidente afirma que Estados Unidos continuam sendo nação mais poderosa e nega declínio da economia americana. Fechar Guantánamo e acabar com embargo a Cuba são prioridades.

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Foto: picture-alliance/dpa/E. Vucci

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usou seu último discurso sobre o Estado da União para transmitir uma mensagem de otimismo à população americana, afirmando que o país não deve permitir que o medo e a divisão ponham em risco a economia e a segurança.

"Toda essa conversa sobre o declínio da economia americana é papo furado político", declarou Obama perante o Congresso, nesta terça-feira (12/01). "O mesmo vale para todo esse discurso que se ouve de que os nossos inimigos estão ficando mais fortes, e os Estados Unidos, mais fracos", acrescentou. "Os Estados Unidos da América são a nação mais poderosa da Terra. Ponto", disse.

Obama reconheceu como um dos problemas do seu governo a crescente animosidade entre democratas e republicanos e disse que falhou em superar a divisão partidária e unir a nação. Essa tarefa é, hoje, mais urgente do que nunca, acrescentou. Ele pediu aos eleitores para que se afastem de candidatos que adotam um discurso ríspido.

"A democracia fica paralisada se não houver disposição para fazer concessões ou quando mesmo questões básicas são contestadas", declarou Obama. "Uma das poucas coisas que eu lamento na minha presidência é que o rancor e a desconfiança entre os partidos tenham piorado ao invés de melhorar", disse.

Terrorismo

Obama tentou acalmar aqueles que veem no combate ao "Estado Islâmico" (EI) a "Terceira Guerra Mundial", garantindo que o grupo terrorista não é uma ameaça à existência nacional, e exortou o Congresso a aprovar uma base legal específica para essa campanha.

"Enquanto estamos concentrados em destruir o 'Estado Islâmico', as mensagens exageradas de que esta é a Terceira Guerra Mundial apenas beneficiam" os jihadistas, afirmou Obama. "Eles não ameaçam a nossa existência nacional. Essa é a história que o EI quer contar, é o tipo de propaganda que usam para recrutar", frisou.

Obama disse ainda que insultar os muçulmanos não só não torna o país mais seguro como trai a essência do que significa ser americano, numa alusão ao pré-candidato republicano à presidência Donald Trump.

"Quando os políticos insultam os muçulmanos, quando uma mesquita é destruída ou uma criança é intimidada, isso não nos torna mais seguros. É simplesmente incorreto. Diminui-nos aos olhos do mundo", enfatizou. Por isso, ele pediu que os eleitores rejeitem qualquer política que ataque "por motivos raciais ou religiosos" e sublinhou que o mundo inteiro respeita os Estados Unidos justamente por sua "diversidade" e "abertura".

Metas para o último ano

Obama afirmou ainda que, neste último ano de mandato, espera poder trabalhar com os republicanos no Congresso para levar adiante prioridades bipartidárias, como a reforma do sistema de justiça penal.

Contudo, "as expectativas do que vamos conseguir este ano são baixas", reconheceu o presidente, já que os Estados Unidos estão em plena época eleitoral, com a eleição presidencial marcada para novembro.

Apesar disso, afirmou que continuará a lutar pela reforma do sistema de imigração e para proteger os cidadãos da violência das armas de fogo.

O presidente ainda reafirmou sua promessa de tentar fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, afirmando que ela é "cara e inútil" e "apenas serve de panfleto de recrutamento para os nossos inimigos".

Obama também instou o Congresso a levantar o embargo a Cuba. "Cinquenta anos de isolamento de Cuba falharam em promover a democracia e nos fizeram recuar na América Latina", afirmou o presidente americano, um ano depois do anúncio da histórica aproximação entre Washington e Havana.

"É por isso que restauramos as relações diplomáticas, abrimos a porta às viagens e ao comércio, e nos posicionamos para melhorar a vida do povo cubano. Querem que consolidemos a nossa liderança e credibilidade no continente? Reconheçam que a Guerra Fria acabou. Levantem o embargo", disse.

AS/lusa/ap