EUA eliminam tarifas a aço e alumínio de Canadá e México | Notícias e análises sobre a economia brasileira e mundial | DW | 17.05.2019
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América do Norte

EUA eliminam tarifas a aço e alumínio de Canadá e México

Trump chega a acordo com os governos dos países vizinhos para revogar sobretaxas a importações de metais, aliviando guerra comercial travada há um ano. Medida abre caminho para ratificação de pacto substituto do Nafta.

Bandeiras do Canadá, México e Estados Unidos

Em maio de 2018, Trump impôs tarifas sobre a importação de aço e alumínio da União Europeia, Canadá e México

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (17/05) terem chegado a um acordo com o Canadá e o México para eliminar as tarifas sobre a importação de aço e alumínio de ambos os países, num sinal de alívio à guerra comercial travada pelo governo do presidente Donald Trump há um ano.

O líder americano divulgou a decisão em discurso durante um evento da Associação Nacional dos Agentes Imobiliários dos Estados Unidos.

"Tenho o prazer de anunciar que acabamos de conseguir um acordo com o Canadá e o México e venderemos nossos produtos a esses países sem a imposição de tarifas, ou de grandes tarifas", declarou o presidente. As medidas devem entrar em vigor em 48 horas.

A decisão, segundo Trump, deve abrir caminho para a ratificação do T-MEC, pacto que substituirá o Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta). "Espero que o Congresso aprove em breve o T-MEC para que nossos agricultores tenham ainda mais sucesso", afirmou.

Em troca, o Canadá se comprometeu a retirar sobretaxas a mais de US$ 12 bilhões em produtos importados dos Estados Unidos, uma medida que havia sido tomada em retaliação à decisão de Trump de taxar produtos do país. O México também se comprometeu a eliminar as medidas adotadas como represália.

Em comunicado conjunto, os governos americano e canadense prometeram agir para impedir a entrada na América do Norte de importações baratas de aço e alumínio. A declaração parece ter como alvo a China, que há tempos vem sendo acusada de inundar os mercados internacionais com metais subsidiados, derrubando preços mundiais e prejudicando produtores americanos.

O acordo com o Canadá foi firmado após várias conversas de representantes do governo americano com o primeiro-ministro do país, Justin Trudeau. Outro fator determinante para o recuo de Trump foi a decisão do Parlamento canadense de não ratificar o T-MEC enquanto as tarifas de importação estivessem vigentes.

Canadá e México esperavam que os Estados Unidos desistissem das tarifas antes da assinatura do T-MEC, mas Trump não deu o braço a torcer. As divergências sobre o tema tornaram-se um obstáculo para a ratificação do acordo nos três países.

O T-MEC é uma modernização do Nafta e vinha sendo negociado pelos três países desde a chegada de Trump ao poder, em meio às críticas do presidente americano ao velho acordo. O novo pacto foi assinado durante a cúpula do G20, em dezembro de 2018, na Argentina.

A ratificação estava sendo tramitada no Congresso americano graças ao México, que aprovou uma reforma trabalhista colocada como condição pela bancada do Partido Democrata para fazer o T-MEC avançar na Câmara dos Representantes. No entanto, ainda não há data para a votação em plenário.

Nesta sexta-feira, o governo mexicano comemorou a decisão americana de deixar de cobrar tarifas sobre a importação de aço e alumínio produzidos no país, mencionando o T-MEC. "Recebemos com grande entusiasmo a decisão do presidente Trump de eliminar as tarifas impostas ao México e ao Canadá. Essa ação abre o caminho para avançar na ratificação do T-MEC", escreveu no Twitter o subsecretário mexicano para a América do Norte, Jesús Seade.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que, com a decisão dos Estados Unidos, seu governo está pronto para cooperar e ratificar o T-MEC. Como disse em entrevista coletiva, as tarifas eram o principal obstáculo para a ratificação do novo pacto. "Agora vamos trabalhar com os americanos no processo de ratificação. Vamos ver quais são os próximos passos, e não há dúvida de que demos um grande passo adiante", declarou Trudeau.

Em maio de 2018, Trump iniciou uma guerra comercial ao impor tarifas sobre a importação de aço e alumínio da União Europeia, do Canadá e do México. Como resposta, o então presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, suspendeu o tratamento tarifário especial concedido a uma ampla variedade de mercadorias compradas pelo país dos EUA. Produtos agrícolas americanos, por exemplo, foram taxados em até 25%. O Canadá, por sua vez, determinou a aplicação de sobretaxas a US$ 12,6 bilhões em produtos comprados dos americanos.

EK/rtr/afp/ap/efe

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