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África do Sul: O último suspiro de Zuma?

AFP | Lusa | ni
22 de janeiro de 2018

ANC confirma discussão sobre a saída de Jacob Zuma da presidência do país, mas ainda não foi tomada nenhuma decisão. E o partido quer discutir o caso sem pressões.

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Jacob Zuma, Presidente da África do SulFoto: Reuters/S. Sibeko

O partido no poder, o ANC, Congresso Nacional Africano, confirmou nesta segunda-feira (22.01.) que debateu no fim de semana a saída de Jacob Zuma da presidência do país. Em causa estão sucessivos escândalos envolvendo o nome de Zuma durante os nove anos a frente dos destinos do país.

Jacob Zuma tem estado sob crescente pressão para se demitir desde que Cyril Ramaphosa o substituiu na liderança do ANC em dezembro de 2017.

Segundo o secretário-geral da ANC, Ace Magashule, "haverá interação entre responsáveis do partido, o Presidente Zuma e o presidente do partido, Ramaphosa."

Quanto ao tempo que essa discussão pode durar, Ace Magashule diz: "Não há um plano, nós não conduzimos as coisas dessa forma. Nós nos engajamos e discutimos."

O analista político Daniel Silke reconhece que "reformar o presidente Zuma de forma antecipada é um processo delicado".

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Cyril Ramaphosa, líder do ANCFoto: Getty Images/AFP/G. Khan

Zuma, um historial suspeito

A presidência de Jacob Zuma foi profundamente manchada por escândalos de corrupção e por um enfraquecimento da economia. A situação fez o partido perder a popularidade junto do seu eleitorado. E as eleições gerais são já em 2019.

Na sede do partido em Johanesburgo, Magashule disse ainda que o "ANC está empenhado em recuperar a legitimidade moral" e pediu uma "ação urgente na luta contra a corrupção".

"O nosso foco é educação, terra, agricultura, recuperação da economia e garantir a medida que vamos seguindo em frente que nos foquemos nos assuntos relacionados à saúde", afirmou o secretário-geral do ANC.

O partido disse ainda que "agiria de forma decisiva" para reconstruir a sua reputação afetada por vários escândalos envolvendo o nome de Jacob Zuma.

O atual Presidente enfrenta vários processos judiciais por suposta corrupção, incluindo mais de 783 pagamentos recebidos por um acordo de compra de armas antes de chegar ao poder.

Südafrika - Ajay und Atul Gupta bei Pressekonferenz
Família Gupta e Zuma estariam envolvidos num caso de corrupçãoFoto: Imago

Que futuro para a África do Sul?

Segundo analistas, Ramaphosa quer ver-se livre de Zuma o mais rapidamente possível, para permitir que o ANC possa reconquistar o eleitorado nas legislativas de 2019. Em caso de vitória do partido, Ramaphosa tornar-se-á Presidente do país.

De lembrar que Ramaphosa venceu Nakosazana Dlamini-Zuma, ex-esposa de Zuma e ex-presidente da Comissão da União Africana, na corrida renhida para a liderança do ANC.

8 de fevereiro é dia em que se apresentará o discurso do estado da nação, independentemente de quem for o Presidente do país. Entretanto, por ora Ramaphosa já está na Suiça, para participar no Fórum Económico de Davos.

O ANC é o partido histórico da África do Sul. Governa o país desde 1994, depois do fim do regime segregacionista do Apartheid. Nelson Mandela ganhou as primeiras eleições multi-raciais.

 

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