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Ajuda internacional para encontrar as 200 meninas desaparecidas na Nigéria

GCS / AFP / Reuters / DPA / Lusa 7 de maio de 2014

Já passaram três semanas desde que mais de 200 raparigas foram raptadas no Norte da Nigéria por membros do grupo radical islâmico Boko Haram. As forças de segurança continuam à procura das meninas, sem sucesso.

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Foto: Reuters

Três semanas depois do rapto, os Estados Unidos da América ofereceram-se para ajudar as autoridades nigerianas nas buscas. O anúncio foi feito na terça-feira (06.05), no dia em que se soube de mais um sequestro de pelo menos oito adolescentes. O Departamento de Estado norte-americano decidiu enviar uma equipa de peritos de segurança, entre eles militares, para socorrer na busca das mais de duas centenas de meninas desaparecidas.

“Continuamos muito preocupados com o bem-estar destas raparigas e queremos ajudar no que for possível para que elas regressem seguras a casa”, disse John Kerry, secretário de Estado norte-americano.

Nigeria Polizei in Abuja
Estados Unidos foram os primeiros a enviar ajuda depois dos nigerianos não conseguirem tomar conta do casoFoto: Reuters

Londres e Paris seguiram os passos de Washington e também já anunciaram o envio de ajuda.

Meninas levadas em camiões

As raparigas foram sequestradas a 14 de abril de um internato da localidade de Chibok, no noroeste da Nigéria.

Homens armados do grupo radical islâmico Boko Haram mataram dois guardas da escola, obrigaram as crianças a entrar em camiões e seguiram depois para uma zona remota junto à fronteira com os Camarões.

Num vídeo divulgado esta semana, Abubakar Shekau, líder do Boko Haram, revelou os planos da seita religiosa para as adolescentes.

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“Deixem-me dizer-vos: raptei as raparigas. Somos contra a educação ocidental e ordeno que parem com a educação ocidental. Repito: raptei as raparigas e vou vendê-las. Há mercado para elas”, garantiu Abubakar Shekau.

Até hoje as autoridades nigerianas ainda não conseguiram descobrir o paradeiro das crianças, um contratempo para o Governo da Nigéria, criticado por muitos nigerianos por não travar o aumento da influência do grupo radical Boko Haram.

Abubakar Umar Kari, um especialista da Universidade de Abuja, salienta que a oferta de ajuda dos Estados Unidos chega em boa hora, porque “pode ser vista como uma tentativa de ajudar um país fraco, com um Governo que não consegue proteger os próprios cidadãos”.

Mas o analista nigeriano adverte: “A história mostra-nos que dificilmente os Estados Unidos oferecem 'almoços grátis'. Agradecemos a assistência dos Estados Unidos mas temos de perguntar: quantos vêm? O que vão fazer? Quanto tempo vão ficar? E quando se vão embora?”.

Recompensa para quem encontrar as crianças

Esta quarta-feira (07.05), a polícia nigeriana ofereceu uma recompensa de 300 mil dólares a quem desse informações que levassem ao resgate das mais de 200 raparigas raptadas.

Nigeria Terror Imam Abubakar Shekau von Boko Haram
Num vídeo, líder do grupo radical Boko Haram afirma que vai vender as meninas em países estrangeirosFoto: picture-alliance/AP

A pressão sobre o executivo da Nigéria aumenta. Nas redes sociais, multiplicam-se as mensagens de todo o mundo a pedir aos governantes para encontrar as adolescentes. As Nações Unidas disseram em comunicado que o Governo nigeriano tem de atuar “rapidamente”, com o apoio da comunidade internacional.

A ONU diz que esta se trata de uma “corrida contra o relógio”. Mas, em entrevista à DW, o analista nigeriano Abubakar Umar Kari alerta que será preciso mais do que uma equipa norte-americana de peritos para acabar com a violência do Boko Haram.

"Temos de identificar a raiz dos problemas, que poderá ser mais do que mobilizar forças no terreno. Algumas das soluções são sociais, económicas, podem requerer negociações, deslocamentos e por aí adiante. A mera vinda dos Estados Unidos não é garantia nenhuma", alerta.