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PolíticaAlemanha

Alemanha: Sociais-democratas mais perto de formar Governo

Lusa | DPA
15 de outubro de 2021

O Partido Social-Democrata (SPD), mais votado nas eleições de 26 de setembro, chegou a um acordo preliminar com os Verdes e os liberais para a formação de um Governo. Partidos vão agora discutir a coligação internamente.

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Olaf Scholz (SPD), Christian Lindner (FDP) e Annalena Baerbock (Verdes)

Os sociais-democratas alemães, os Verdes e os liberais do Partido Democrático Liberal (FDP) concordaram esta sexta-feira (15.10) em iniciar conversações formais para formar um Governo após as eleições legislativas do mês passado, que levou a uma reordenação do panorama político da Alemanha.

"Efetivamente conseguimos chegar a um acordo. É um resultado muito bom, mostra claramente que pode ser formado um Governo na Alemanha", afirmou o social-democrata Olaf Scholz, provável futuro chanceler, numa declaração à imprensa feita em conjunto com dirigentes dos partidos ecologista, Annalena Baerbock e Robert Habeck, e liberal, Christian Lindner.

O acordo foi adotado na ronda de negociações eleitorais preliminares e terá de ser submetido no fim de semana à análise dos congressos dos Verdes e dos liberais. "É um acordo muito bom, necessário para levar a cabo a modernização de que a Alemanha tanto precisa", disse Scholz.

"Estamos convencidos de que podemos concluir um acordo de coligação ambicioso e viável", lê-se num documento conjunto emitido após uma ronda exploratória final esta sexta-feira.

Berlin | Pressekonferenz nach Sondierungsgesprächen
Líderes dos partidos falaram à imprensa esta sexta-feira após reuniãoFoto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

"Renovação da Alemanha"

O acordo surge quase três semanas após as eleições de 26 de setembro, marcadas pela forte queda no apoio à aliança conservadora da chanceler Angela Merkel, que deixa o cargo após 16 anos no poder.

"Para mim, pessoalmente, é muito importante destacar que temos conseguido ter estas conversas sempre com espírito construtivo", acrescentou o líder social-democrata, enquanto Baerbock definiu o que foi acordado como "o alicerce" de um acordo que agora será submetido ao partido, com o propósito de poder realizar "a renovação" de que a Alemanha necessita. 

"Os últimos dias foram marcados por um estilo diferente, com conversas em que os três participantes agiram com total discrição", disse Lindner, aludindo à anterior tentativa de formar um acordo tripartido entre conservadores, liberais e verdes, promovida pela ainda chanceler, Angela Merkel, em 2017, mas que fracassou quando o projeto foi abandonado pelo Partido Democrático Liberal.

Alemanha mais perto da coligação "semáforo"

O que os partidos já acordaram?

Entre os pontos acordados até agora, encontra-se que a nova coligação liderada pelos social-democratas procuraria acelerar a eliminação gradual do carvão para gerar eletricidade, idealmente até 2030, contra o atual objetivo de 2038.

"Isto exige a expansão maciça das energias renováveis e a construção de centrais elétricas modernas alimentadas a gás, a fim de cobrir a demanda por eletricidade e energia a preços competitivos ao longo dos próximos anos", aponta o documento divulgado esta sexta-feira.

As três partes afirmaram ter como objetivo reduzir os custos da eletricidade para os consumidores alemães, que atualmente pagam entre os preços mais elevados da Europa.

Numa vitória clara para o FDP e derrota para os Verdes, os partidos concordaram que não seria imposto qualquer limite de velocidade às autoestradas alemãs. "O nosso objetivo é transformar a Alemanha no principal mercado para a mobilidade elétrica e acelerar maciçamente a expansão dos pontos de carga. Não haverá um limite geral de velocidade", referiu o documento.

O colíder dos Verdes, Robert Habeck, afirmou que o documento conjunto tinha como objetivo a clareza. "Não fomos capazes de fazer passar o limite de velocidade. Estamos muito satisfeitos com os outros pontos", disse Habeck.

Symbolbild Ampelkoalition | Parteilogos und Paprikas in Ampelfarben
Foto: Sascha Steinach/dpa/picture alliance

Próximo passo

Enquanto as conversações exploratórias serviram para procurar um terreno comum e diferenças sem qualquer compromisso entre os partidos, conversações mais concretas nas próximas semanas vão marcar o início de um processo com a intenção clara de formar uma coligação viável. Se forem bem sucedidas, resultarão na primeira coligação de três vias a nível federal desde os anos 50.

O líder do SPD e candidato à chancelaria, Olaf Scholz, indicou esta semana em Washington que acreditava que a chamada coligação "semáforo", nomeada pelas cores dos partidos, poderia concretizar-se em breve.

Os líderes alemães têm-se esforçado por contrariar a especulação de que o processo poderia arrastar-se, a exemplo da formação do Governo após as eleições de 2017, que demorou seis meses.

Cenário pós-eleitoral

O SPD, de Olaf Scholz, foi o partido mais votado nas eleições legislativas de 26 de setembro, com 25,7%, enquanto os Verdes obtiveram o melhor resultado da sua história numa eleição nacional, com 14,8%, e os liberais registaram 11,5% dos votos.

O acordo tripartido entre social-democratas, verdes e liberais era, portanto, a opção mais provável para formar o Governo que sucederá à atual coligação no poder, liderada pela conservadora Merkel.

Os conservadores, cujo candidato a chanceler era Armin Laschet, obtiveram 24,1% dos votos.  

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