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Angola e as expetativas em torno de Marcelo Rebelo de Sousa

5 de março de 2019

Angola diz que “no plano político e diplomático as coisas correm muito bem” com Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa está em Luanda e analista diz que “Portugal poderá jogar papel importante no repatriamento de capitais”.

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Portugal Staatsbesuch angolanischer Präsident Joao Lourenco
Foto: DW/J. Carlos

As relações entre Angola e Portugal têm conhecido nova era depois da "crispação” provocada pelo caso Manuel Vicente, ex vice-Presidente angolano.

Sérgio Santos, secretário de Estado da Economia de Angola, destaca a importância da visita de Marcelo Rebelo de Sousa e diz que os investidores portugueses poderão encontrar um bom ambiente de negócios. Santos assegura que "no plano político diplomático as coisas correm muito bem e isso também assegura que os investidores vão encontrar da parte dos dois governos bastante apoio nas suas intenções de investimento".

"Nós fizemos uma reforma que retirou algum obstáculo que existia nomeadamente ao limite ao investimento, a necessidade de se fazer parceria com algum empresário local e estamos a modernizar as nossas instituições para prestar serviços públicos mais céleres”, garantiu o secretário de Estado de Economia. A DW África conversou com Osvaldo Mboco professor angolano do curso de relações internacionais. Ele explica que entre os dois países há interesse comum e acrescenta que Angola precisa de Portugal para ajudar no repatriamento de capitais que saíram do país de forma ilícita.

Angola e as expetativas em torno de Marcelo Rebelo de Sousa

"Existe muitos interesses de ambas as partes. Há um grande fluxo de negócios que passam por Angola, há um grande número de empresários portugueses que têm grandes investimentos em Angola e há angolanos com muitos investimentos em Portugal. O Estado angolano também conhece a importância poderá jogar no repatriamento de capitais que saíram de Angola de forma ilícita”.

Bloco de Esquerda na comitiva de "Ti Celito"

Para esta visita Angola, três líderes parlamentares, nomeadamente Fernando Negrão, do PSD, Nuno Magalhães, do CDS-PP, e João Oliveira, do PCP, acompanham Marcelo Rebelo de Sousa.

Também estará a deputada Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda (BE), partido que acompanha pela primeira vez uma visita oficial a Angola.

O Bloco de Esquerda sempre teceu criticas ao Governo angolano sobre a alegada má governação e violação dos direitos humanos na gestão do ex-Presidente José Eduardo dos Santos. Osvaldo Mboco diz que os tempos são outros e que, o país, regista agora uma abertura social e política.

"Começamos a ver uma maior liberdade, começamos a ver uma luta cruzada contra a corrupção que vai credibilizando o país na arena internacional. Começamos a ver uma maior abertura na comunicação social, há uma vontade política de o Presidente João Lourenço moralizar a sociedade, há alterações de leis que são fundamentais para o melhoramento do ambiente de negócios, nomeadamente a Lei de Investimento Estrangeiro que foi revista”, entende o analista.

Angola Luanda Osvaldo Mboco Universitätsprofessor
Osvaldo Mboco, analista angolanoFoto: DW/M. Luamba

Porque Benguela e Huíla?

"Ti Celeito", como é conhecido em Angola, Marcelo chega esta terça-feira (05.03.) a Angola para estar presente no aniversário do Presidente angolano João Lourenço que completa 65 anos. A sua visita de Estado começa apenas na quarta-feira (06.03.), dia em que será recebido pelo Chefe de Estado. No mesmo dia está prevista uma conferência de imprensa conjunta.

Depois desloca-se as províncias de Benguela e Huíla. Osvaldo Mboco explica as razões que levarão Marcelo a sul de Angola.

"Foi professor, deu aulas e visitou muitos locais em Angola e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa olha para estas outras províncias, como Benguela e Huila, como futuros mercados ou então futuras províncias que poderão ser apostas para investidores”.