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Angola: Recessão pelo quinto ano consecutivo

Lusa | cvt
9 de maio de 2020

A consultora Fitch Solutions considera que Angola vai ter um crescimento negativo de 2,3% este ano e que o dólar vai valorizar-se para 630 kwanzas, com a economia petrolífera a dominar a próxima década.

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Angola Luanda Kwanza
Foto: DW/V. T.

"As remodelações governamentais levadas a cabo por João Lourenço e as mudanças prometidas na política económica sinalizam o aumento do empenho na reforma do ambiente de negócios e na promoção da diversificação, mas apesar de haver um potencial para um crescimento económico muito mais forte a longo prazo, o petróleo vai continuar a ser o setor dominante durante a próxima década", escrevem os analistas da Fitch Solutions numa nota sobre a economia de Angola.

No documento, enviado aos clientes e a que a agência Lusa teve acesso, os analistas desta consultora, detida pelos mesmos donos da agência de 'rating' Fitch, pioram a estimativa para o crescimento do PIB, que deverá ser de -2,3% este ano, e antecipam um crescimento de 0,8% em 2021, prevendo também uma desvalorização da moeda nacional, sendo precisos 630 kwanzas para um dólar, quando no ano passado bastavam 482.

"Os preços baixos do petróleo internacional e uma tendência decrescente da produção nacional vão manter Angola em recessão pelo quinto ano consecutivo", lê-se na análise, que espera uma manutenção da depreciação da moeda nacional nos próximos trimestres.

"Os decisores políticos devem manter um ritmo estável na depreciação do kwanza nos próximos trimestres, com o Banco Central a tentar restaurar a liquidez nos mercados cambiais", prevê a Fitch Solutions.

Sobre a inflação, a previsão aponta um aumento, de 17,1% em 2019, para 19,3% este ano "devido à depreciação da taxa de câmbio do kwanza", o que coloca a subida dos preços acima da meta de 10% do Banco Nacional de Angola, que deverá manter as taxas de juro nos 15% até final do ano.

Entre os principais riscos às previsões, os analistas apontam a queda dos preços do petróleo para além das previsões, "o que colocaria mais pressão na taxa de câmbio" e salientam ainda que a depreciação do kwanza "aumenta o custo da dívida externa, acrescentando riscos à sustentabilidade da dívida".

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