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João Lourenço confirma saída da Odebrecht da mina de Catoca

Lusa | tms
10 de janeiro de 2018

Venda de ações da empreiteira brasileira, envolvida em casos de corrupção em vários países, incluindo Angola, foi um pedido da própria empresa. Participações russa e angolana na mina crescem com o negócio.

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Filial da Odebrecht em Angola, na província de BenguelaFoto: DW/Nelson Sul D'Angola

Em Angola, o Presidente João Lourenço autorizou a venda da participação de 16,4% da Odebrecht – empreiteira envolvida em escândalos de corrupção dentro e fora do Brasil – na Sociedade Mineira de Catoca, que explora a quarta maior mina de diamantes a céu aberto do mundo, localizada no leste angolano.

O negócio foi acordado pelos sócios da mina em agosto de 2017, antes ainda das eleições gerais de Angola, mas foi só promulgado por decreto presidencial no dia 4 de janeiro, a que a agência de notícias Lusa tece acesso nesta quarta-feira (10.01).

Segundo a agência estatal angolana, a Angop, citando o decreto assinado por João Lourenço, "a Odebrecht Angola  manifestou   a intenção  de alienar a sua quota no capital social de Catoca de forma a concentrar-se em seus projetos de infraestruturas".

A mina de Catoca está avaliada em mais de 1.500 milhões de euros, pelo o que, segundo a Lusa, a quota da Odebrecht pode valer mais de 250 milhões de euros. A Empresa Nacional de Prospecção, Exploração, Lapidação e Comercialização de Diamantes de Angola (Endiama), porém, não confirmou os valores quando contactada pela agência de notícias.

Diamanten aus Jakutien
Foto: picture-alliance/dpa

Participações russa e angolana crescem

Entretanto, o decreto assinado por Lourenço também não avança valores para este negócio, referindo apenas que a participação do grupo brasileiro, através da sua sucursal na Alemanha, a Odebrecht Mining Services Investiments GmbH, passa a ser da empresa Wargan Holding, comandada pelo grupo Alrosa PJSC, da Rússia, que já opera a mina de Catoca.

Da mesma forma, o documento presidencial estabelece que a participação da Wargan Holding deve ser dividida em partes iguais entre a Alrosa e a Endiama.

Com a saída do grupo brasileiro, a Sociedade Mineira de Catoca passar a ter como acionistas a Endiama e a Alrosa, ambas com 41% de participação, e os chineses da LL International Holding BV, que detém 18% das ações da mina.

Em operação há 20 anos, a Sociedade Mineira de Catoca é responsável por 75% da produção diamantífera anual em Angola.

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