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Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

José Adalberto (Huambo) | António Rocha
3 de dezembro de 2016

A 3 de dezembro assinala-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. É uma data comemorativa internacional promovida pelas Nações Unidas desde 1998. Em Angola foram registados avanços, mas os desafios continuam.

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Galerie - Kinder in Mosambik
Foto ilustrativa: Deficiente físico na Av. Guerra Popular (Maputo-Moçambique)Foto: A.Moisés

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência tem como objetivo difundir uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência e mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas. Procura, também, aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela inclusão das pessoas com deficiência em cada aspeto da vida política, social, económica e cultural.

O lema deste ano é "Alcançando 17 metas para o futuro que queremos", que chama atenção para os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU e como estes objetivos podem criar um mundo mais inclusivo e equitativo para as pessoas com deficiência.

Situação em Angola

A problemática da proteção da pessoa com deficiência em Angola conheceu avanços assinaláveis, sobretudo no domínio legislativo, afirmam membros da sociedade civil, embora reconheçam os desafios que ainda persistem.

Estes destacam que a realidade dos cidadãos com deficiência é comum, embora sejam diferentes os tipos de deficiência que ostentam.A realidade desta franja da sociedade angolana (civis e militares) agrava-se mais no interior do país onde nem todas as pessoas são controlados pelas organizações afins nem pelo Executivo.

Ivo de Jesus, uma das figuras mais conhecidas da sociedade civil angolana, na defesa dos direitos de pessoas com deficiência e membro fundador da Liga de Apoio à Integração dos Deficientes «LARDEF», reconhece certa mudança no tratamento que é dado hoje às pessoas com deficiência se comparado com o passado, mas defende uma abordagem de base onde a família, enquanto núcleo de socialização primária, seja chamada a desempenhar um papel cada vez mais proativo."Ainda temos famílias que descriminam os seus filhos, porque têm uma visão altamente negativa sobre a deficiência. O tratamento que dão às suas crianças com definciência, nao é o mesmo  que dão aos filhos sem deficiência.»

Angola/deficientes - MP3-Mono

Angola - Kriegsfolgen
Crianças angolanas (Humabo) vítimas de minas antipessoal (2006)Foto: picture-alliance/ZB

Tunga Alberto do concelho de coordenação dos direitos humanos em Angola, aplaude a aprovação pela Assembleia Nacional da lei das acessibilidades, um dos instrumentos legais, há muito reclamado pela sociedade civil. Contudo, Alberto alerta para o histórico do país na aprovação de leis  que não são aplicáveis.

"Seria uma vitória, mas não é porque tantas leis já foram aprovadas a favor de alguns grupos e na realidade ficaram por aí, sem serem cumpridas. As leis são aprovadas mas na prática ainda não se faz sentir muito a sua eficácia”.

Autoestima e vontade de vencer na vida

Landminen in Mosambik
Vítima da explosão de uma mina em Moçambique (2003)Foto: AP

Manuel Baltazar é um jovem deficiente, que se locomove através de uma cadeira de rodas. Apesar desta aparente limitação, Manuel, contou a DW África, que procura levar uma vida normal como qualquer cidadão. Trabalha e frequenta o segundo ano universitário de engenharia informática. 

Mas nem tudo na vida de Manuel é um mar de rosas. A discriminação e os preconceitos foram as primeiras barreiras que se atravessaram no seu percurso e que só com muita força de vontade, autoestima e apoio familiar conseguiu superar."Encontramos uma grande dificuldade em se socializar porque as pessoas não querem relacionar-se com os deficientes... então, isto causa problemas a nossa autoestima que muitas vezes nos leva a não estudar ou a não estar no meio destas pessoas. Mas com a ambição de vencer na vida pensei no bom sentido. No sentido de ter o meu lugar como ser humano e fazer aquilo que desejo ”.

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