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Angola promete pagar bolsas em atraso a estudantes

Pedro Borralho Ndomba (Luanda)21 de abril de 2016

O ministro do Ensino Superior reconhece que é "difícil" a situação dos bolseiros angolanos que estudam fora do país. Adão do Nascimento garante que os atrasos no pagamento das bolsas estão parcialmente resolvidos.

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Pais de alunos bolseiros à porta do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo, em LuandaFoto: DW/P.B. Ndomba

No mês passado, estudantes angolanos em países como Rússia, Cuba, Inglaterra e China denunciaram que o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) não paga os subsídios aos alunos angolanos no estrangeiro há cerca de oito meses.

Depois de várias reclamações sobre os problemas vividos pelos estudantes universitários em Angola e no exterior do país, o Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA) promoveu, esta quarta-feira (20.04), um encontro entre a imprensa e o ministro do Ensino Superior de Angola.

No encontro, que durou quase uma hora e meia, Adão do Nascimento disse que os problemas relacionados com os atrasos no pagamento das bolsas de estudo externo estão a ser resolvidos. De acordo com o governante, já foram liquidadas as dívidas de junho e dezembro do ano passado.

"Reconhecemos que a situação é difícil para os nossos jovens, são muitos meses em atraso. A razão principal é o quadro económico-financeiro que todo país está a viver", declarou o governante, acrescentando que o Governo está "mobilizado" e a fazer esforços. "Não esquecemos os nossos estudantes no exterior. Temos mobilizado o Ministério das Finanças, temos mobilizado o Banco Nacional de Angola".

Segundo Adão do Nascimento, o Executivo está a mudar as políticas e as metodologias de trabalho, "para conseguir que as transferências cheguem ao destino o mais cedo possível".

Propinas altas

O preço elevado das propinas nas universidades também continua a ser um problema denunciado pelos alunos. O ministro do Ensino Superior reafirmou que os preços não podem ultrapassar os 39 mil kwanzas (cerca de 206 euros). Adão do Nascimento informou que o documento que poderá regular o valor das propinas aguarda aprovação no Parlamento.

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"Contamos muito que a lei de base do sistema de educação a ser aprovada na Assembleia Nacional nos traga já uma disposição importante, que consistirá na definição entre o regime de preço em que se enquadra as propinas e os demais emolumentos aplicados nas instituições do Ensino Superior ", revelou.

Angola possui 64 universidades, das quais 24 são públicas e 40 privadas. Entre as privadas, pelo menos 10% dos cursos são lecionados sem as mínimas condições, disse o ministro.

Segundo Adão do Nascimento, muitas universidades poderão ser encerradas ainda este ano. "Porque não estão em condições de oferecer bons serviços a quem está interessado a frequentar este curso", justificou.