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PolíticaQuénia

Ano de protestos: Quenianos nas ruas por mudanças urgentes

DW (Deutsche Welle)
13 de dezembro de 2023

Enquanto o país enfrenta aumento de preços e desafios económicos, o Comité Nacional de Diálogo lidera exigências por mudanças. Presidente Ruto elogia políticas, mas muitos quenianos mantêm ceticismo.

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Kenia | Protest Steuererhöhung
Foto: Thomas Mukoya/REUTERS

No Quénia, o ano de 2023 ficou marcado por uma onda de protestos e apelos à mudança, impulsionados por alegadas injustiças eleitorais e pelo crescente custo de vida. Em todo o país, desde o norte até ao sul, a população saiu às ruas para expressar seu descontentamento com a situação atual.

Ao se aproximar do final deste ano tumultuado, os quenianos ainda enfrentam dificuldades relacionadas ao aumento dos preços, tornando muitos incapazes de adquirir bens essenciais para suas famílias. Apesar disso, os protestos têm sido moderados, em parte devido ao diálogo contínuo entre o Governo e grupos da oposição.

O Comité Nacional de Diálogo, liderado pela oposição, busca mudanças substanciais. Um dos membros do comité, Kalonzo Musyoka, destaca algumas das exigências fundamentais: "O Comité recomenda que todos os setores do Governo reduzam seus orçamentos de viagem em 50% e que a comissão de salários e remunerações reveja as ajudas de custo diárias dos funcionários públicos e do Estado, visando uma redução de 30%".

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Em uma entrevista à DW, Duncan Ojwang, professor de Direito, enfatiza o progresso alcançado no diálogo entre Governo e oposição, sugerindo que a população está satisfeita com os esforços em curso. No entanto, alguns quenianos permanecem céticos. Maria Kamau, uma vendedora de roupas em segunda mão, fechou seu negócio devido ao elevado custo de vida, lamentando: "Dói muito… se isto continuar assim, mais negócios vão fechar".

Na terça-feira (12.12), durante uma cerimónia pública que assinalou os 60 anos de independência, o Presidente queniano William Ruto afirmou que o país está "fora do perigo de sobre-endividamento", elogiando sua política económica. Ruto destacou a redução da inflação para 6,8%, abaixo dos 9,2% do ano anterior, defendendo as escolhas difíceis feitas para evitar uma "dívida catastrófica".

No entanto, muitos quenianos discordam, argumentando que os problemas subjacentes aos protestos persistem, e o desejo por um futuro melhor ecoa com a mesma intensidade. O país continua a debater-se entre a esperança e o ceticismo, enquanto busca soluções duradouras para os desafios que enfrenta.