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Arranca hoje recenseamento eleitoral em Moçambique

Bernardo Jequete (Manica)
15 de março de 2024

Órgãos eleitorais apelam à adesão dos eleitores ao recenseamento com vista às eleições de outubro em Moçambique e pedem que se evite escaramuças. Analista diz que processo não será eficaz devido ao terrorismo e cheias.

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Recenseamento eleitoral em Chimoio, província de Manica
Foto: Bernardo Jequete/DW

Arrancou hoje o processo de recenseamento eleitoral nos distritos não municipalizados, e de atualização nos distritos municipais, para as eleições gerais, presidenciais, legislativas e dos membros das assembleias provinciais a ter lugar a 9 de outubro. 

Na província de Manica, as autoridades eleitorais estão a ter dificuldades para fazer chegar o material e o equipamento informático a três localidades, nomeadamente Mavzissanga no distrito de Macheze, Garagua e Chaiva em Mossurize.

O diretor provincial do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Manica garantiu que serão encontrados meios alternativos para fazer chegar o material aos postos de recenseamento criados para que o processo decorra sem sobressaltos.

Luciano José explicou que alguns computadores registaram problemas, quando estavam a ser transportados para os distritos, apontando más condições das estradas - nomeadamente covas, buracos e trepidações. As rodovias ficaram danificadas após a recente passagem da tempestade tropical "Filipo".

"Naquilo que diz respeito ao equipamento que está sendo usado, detetamos ao longo do processo de transporte desses materiais para os distritos, tendo em conta as condições das vias, que uma e outra foi tendo problemas de desprogramação, mas os nossos técnicos já se deslocaram a esses distritos", informou o diretor provincial do STAE.

Tempestade tropical "Filipo" causou estragos em várias zonas de Moçambique
Tempestade tropical "Filipo" causou estragos em várias zonas de MoçambiqueFoto: Romeu da Silva/DW

Apelos à adesão e ao civismo

O presidente da comissão provincial de eleições em Manica, Januário Rocheque, apela à adesão ao processo, mas também ao civismo por parte dos potenciais eleitores.

"Com base nalguns problemas que aconteceram no processo passado, nós a formação estamos a apelar maior flexibilidade, muita cortesia, muita urbanidade e que se evite os problemas que aconteceram no passado. Estamos à espera que acatem os nossos apelos e que desta vez trabalhem sem problemas", pediu Rocheque.

A província de Manica tem como meta recensear um milhão, noventa e nove mil, cento e cinquenta e seis potenciais eleitores e, deste número, seiscentos e noventa e oito mil, setecentos e oitenta e um poderão atualizar os seus documentos, pois já se recensearam no ano passado nas seis autarquias de Manica. 

Januário Rocheque, presidente da comissão provincial de eleições em Manica
Januário Rocheque, presidente da comissão provincial de eleições em ManicaFoto: Bernardo Jequete/DW

Cheias e terrorismo dificultam processo

Para o analista Kelly Mwenda, o processo de recenseamento não será eficaz devido às cheias e inundações nalgumas províncias da região sul, provocadas pela tempestade tropical "Filipo", mas também ao terrorismo que se vive em Cabo Delgado, no norte do país.

"O processo de recenseamento eleitoral não é eficaz e também e tenho muitas dúvidas sobre a sua credibilidade. Não vejo uma equipa do STAE a ir lá [em Cabo Delgado] para recensear as pessoas", destaca o analista.

"A situação de Cabo Delgado é uma situação de muita preocupação. Nós não podemos olhar para Cabo Delgado como uma simples província, sob pena dos agentes do processo eleitoral serem mortos porque é uma zona de guerra, fogo cruzado", concluiu.

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