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ConflitosRepública Democrática do Congo

Ataque de rebeldes na RDC mata pelo menos 107 civis

Lusa
22 de novembro de 2021

Mais de uma centena de civis foram mortos num ataque do grupo rebelde Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo a um campo de deslocados internos e aldeias circundantes no nordeste do país.

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Uganda UNHCR-Flüchtlingslager
(Foto ilustrativa)Foto: picture-alliance/dpa/B. Schnabel

Pelo menos 107 civis foram mortos entre domingo e segunda-feira (22.11) num ataque do grupo rebelde Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) a um campo de deslocados internos e aldeias circundantes no nordeste da República Democrática do Congo (RDC). 

"O número é muito elevado e pode piorar, porque a tragédia ocorreu num campo de deslocados internos. Até agora, foram contados 107", disse o representante local da sociedade civil, Jean Bosco Lalo, citado pela agência de notícias espanhola EFE. 

Lalo explicou que o ataque começou no domingo e continuou durante todo o dia esta segunda-feira nas cidades de Drodo - onde existe um campo de deslocados - e Lugu, ambos localizados em território Irumu, na província de Ituri.

Ao início da tarde desta segunda-feira, fontes militares e ativistas, também citadas pela EFE, disseram que o ataque realizado no domingo, alegadamente, pela Codeco, tinha causado a morte de pelo menos 12 civis na província de Ituri, no nordeste da RDC.

De acordo com as mesmas fontes, o ataque foi realizado em vários locais do território de Djugu e no campo de deslocados internos de Drodo.

"Após operações de busca no campo de deslocados internos de Drodo e arredores, foram encontrados 12 civis mortos", disse o porta-voz do exército na província de Ituri, Tenente Jules Ngongo, citado pelos meios de comunicação locais.

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Mas o representante dos jovens da cidade vizinha de Largu, Maki Bataga, já advertiu também que o número de mortes resultantes deste ataque poderia ser ainda maior. "Porque os rebeldes estão na floresta e não há maneira de sair para procurar os corpos", frisou.

1.000 mortos apesar do estado de sítio

O líder da sociedade civil de North Bahema (uma das aldeias atacadas), Charité Banza, confirmou aos meios de comunicação locais que "o campo de deslocados em Drodo foi incendiado" e que todas as casas dos deslocados transformaram-se em cinzas.

As províncias de Ituri e do vizinho Kivu do Norte registaram um aumento do número de ataques de rebeldes e de mortes de civis durante o último ano, levando o Governo congolês a declarar o estado de sítio no final de abril.

Apesar desta medida e de uma maior presença militar na região, o Congo Research Group, um projeto de investigação independente sobre o país, registou mais de 1.000 civis mortos nos últimos sete meses.

O Codeco é um grupo rebelde, pouco conhecido, que nasceu em 2018 com o objetivo de lutar contra os abusos do exército regular congolês, embora tenha cometido numerosos assassinatos de civis.

De acordo com a entidade local de segurança Kivu Security Tracker, estes rebeldes já mataram pelo menos 229 pessoas em quase 250 ataques, o que faz deles atualmente a segunda milícia mais mortífera da região.

Desde 1998, o leste da RDC tem sido palco de conflitos, alimentados por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz das Nações Unidas (MONUSCO), que enviou mais de 14.000 soldados.

A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de congoleses a pegar em armas e, segundo o Kivu Security Tracker, esta região é agora o campo de batalha de pelo menos 122 grupos rebeldes.

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