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Ataques em Palma deixaram dezenas de mortos, diz Governo

28 de março de 2021

Dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir de hotel de Palma, foram mortos pelo grupo armado que tem estado a atacar a vila desde a quarta-feira (24.03), disse hoje o Ministério da Defesa moçambicano.

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Praca 25 de Setembro, Palma in Cabo Delgado, Mosambik
Praca 25 de Setembro, em Palma (imagem ilustrativa)Foto: privat

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) estão a desdobrar-se para restabelecer a ordem e a segurança na vila sede do distrito de Palma, província nortenha de Cabo Delgado, disse na noite deste domingo (28.03) o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional numa breve conferência de imprensa sem direito a perguntas, em Maputo.

Segundo Omar Saranga, dezenas de pessoas morreram vítimas dos ataques terroristas iniciados na passada quarta-feira (24.03).

"Um grupo de terroristas penetrou, dissimuladamente, na vila sede do distrito de Palma e desencadeou ações que culminaram com o assassinato cobarde de dezenas de pessoas indefesas e danos materiais em algumas infraestruturas do Governo", relatou.

O porta-voz do Ministério da Defesa afirmou que as FDS "continuam a trabalhar para que este desiderato sinistro dos terroristas seja alcançado".

O coronel Omar Saranga disse também que as Forças de Defesa e Segurança reforçaram a sua estratégia operacional para conter as investidas dos terroristas.

"Tendo, nos últimos três dias, executado ações operativas focalizadas, primeiro, no resgate de centenas de cidadãos internacionais e estrangeiros, neste momento, as FDS continuam emprenhadas em clarificar a vila de Palma por forma a garantir o regresso das populações", informou.

O porta-voz do Ministério da Defesa afirmou que as FDS criaram condições para socorrer a população naquela vila.

"As ações das FADS resultaram na evacuação de outras centenas de cidadãos nacionais e estrangeiros, tendo sido evitado também que infraestruturas fossem severamente vandalizadas e pilhadas", disse.

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Sabotar a exploração do gás

O analista político do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), Dércio Alfazema, não tem dúvidas de que as ações dos terroristas são apenas para sabotagem.

"Não no sentido de que eles querem  e não me perece que eles tenham capacidade para exercer a exploração daqueles recursos. Mas chamo a atenção para eles terem contribuído para a paralisação naquela região", avalia.

Recorde-se que a multinacional francesa Total estava à beira de retomar os seus trabalhos na região, mas já disse que irá recuar.

Aos olhos de Alfazema, "há de haver a necessidade de se reforçar a segurança não somente tendo em conta os projetos da Total, mas sobretudo para a população daquela zona de Cabo Delgado".

Portanto, essa situação de ataques em Cabo Delgado continua a ser um TPC [trabalho para casa] permanente e é preciso que seja definitivamente resolvida para permitir a viabilização dos projetos daquela região que terão grande impacto na arrecadação de receitas", conclui.

Neste domingo, centenas de pessoas desembarcaram no porto capital provincial, Pemba, num barco que transportava trabalhadores da Total, cidadãos moçambicanos e estrangeiros.