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Bandeiras da UNITA voltam a ser destruídas no Kwanza Norte

22 de novembro de 2020

O partido UNITA em Ndalatando, província angolana do Kwanza Norte, foi alvo de ataques na madrugada deste domingo (22.11), depois que as suas bandeiras hasteadas desde a noite de quinta-feira foram destruídas. 

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Angola Luanda, Kwanza Norte | UNITA-Anhänger
Foto: António Domingos/DW

As bandeiras da UNITA estavam hasteadas em várias ruas da cidade de Ndalatando, até ao bairro Queta, arredores daquela cidade, capital do Kwanza Norte. Os referidos símbolos foram vandalizados e desapareceram todos na manhã deste domingo (22.11).

A informação foi avançada ao correspondente da DW África no local por Fernando Alberto, membro do maior partido na oposição em Angola, destacado em Ndalatando.

"Os nossos adversários políticos continuam a pensar que o país e o Kwanza Norte são de sua pertença e que a UNITA é seu inimigo", desabafou o membro da UNITA. 

"Intolerância política"

Angola Luanda, Kwanza Norte | Fernando Alerto, UNITA
Fernando Alberto, membro da UNITA.Foto: António Domingos/DW

Alberto afirmou, por outro lado, que "este pensamento segundo o qual Angola é 'nossa' esteve na origem dos conflitos que o país teve, desde 1975", mas, "basta de intolerância política", advertiu Fernando.

Também ouvido pela DW África, o engenheiro informático, Mateus Kiamba, lamentou o sucedido e disse que este tipo de comportamento é uma prática ecorrente, e que quase sempre acontece com as bandeiras da UNITA e da CASA-CE.

"É um fenómeno que pode provocar espírito de ódio e revolta por parte dos militantes dessas forças políticas, que sempre estão a ver os seus símbolos ou bandeiras vandalizadas e retiradas no calar da noite, sob olhar impávido e sereno dos órgãos de defesa e segurança", explicou.

Kiamba, aconselha a direção da UNITA no local a fazer queixa à Procuradoria-geral da República na região (PGR), pelo facto de ser uma prática recorrente e ninguém ser responsabilizado pela prática "contrária à jovem democracia" angolana, disse Kiamba.

"Não sabe sobre a ocorrência"

O membro do maior partido na oposição em Angola, Fernando Alberto, informou ainda ter tentado ligar para administrador municipal de Cazengo, Malundo Fausto Katessamo, que terá dito "não saber sobre a ocorrência deste domingo".

Sobre o assunto, o correspondente da DW África tentou contactar por telefone o diretor municipal da fiscalização de Cazengo, Fernando Dingano, que não atendeu as chamadas.

Entretanto, Cristóvão Alexandre, um estudante de Direito chamado a comentar sobre o assunto, disse que a intolerância política na província do Kwanza Norte é muito acentuada, "principalmente quando a questão é a UNITA".

Alexandre lamentou a ocorrência e também aconselha a UNITA reagir, o mais rápido possível, com queixa-crime aos órgãos de justiça. "Apesar de o poder judicial ainda estar preso ao poder político do atual regime, a direção da UNITA tem de apresentar uma queixa-crime às autoridades", concluiu.

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